"O Estado em caso algum perderá 3,9 mil milhões de euros ou qualquer parcela. São um empréstimo ao Fundo de Resolução e será suportado por sistema financeiro", garantiu António Costa, falando no debate quinzenal no parlamento.

No que diz respeito ao Estado, insistiu o chefe do Governo, o facto de o Novo Banco poder ser vendido a um valor inferior ao injetado "não exonera os bancos daquilo que têm de pagar ao Estado" pelo empréstimo ao Fundo de Resolução.

O Governo, lembrou Costa, mantém a mesma posição de "sempre" sobre o Novo Banco: "Defenderemos e decidiremos a solução concreta que melhor proteja o interesse dos contribuintes, da economia e da estabilidade do sistema financeiro. Não excluímos nenhuma solução e estamos nesta negociação de boa-fé", vincou.

A bloquista Catarina Martins, que questionava o primeiro-ministro, advogou que a nacionalização do banco, "mesmo que com uma recapitalização", protegeria os contribuintes de "perder duas vezes dinheiro com o mesmo banco".

"Sobre o que a banca poderá pagar ou não ao Fundo de Resolução, daqui a 20 anos veremos. Entretanto, todos os custos do Fundo vão ao défice do estado", sublinhou a coordenadora do BE.

Na segunda-feira, o Banco de Portugal (BdP) anunciou ter selecionado o fundo norte-americano Lone Star para uma "fase definitiva de negociações, em condições de exclusividade, com vista à finalização dos termos em que poderá realizar-se a venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco".

O Novo Banco é o banco de transição que ficou com os ativos menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), alvo de uma intervenção das autoridades em 03 de agosto de 2014, que está em processo de venda.

Também na segunda-feira, em Bruxelas, o ministro das Finanças português, Mário Centeno, confirmou que a venda do Novo Banco está a evoluir e que a decisão do BdP de negociar exclusivamente com a Lone Star é "apenas mais um passo".