Segundo António Ramalho, da carteira só 14% eram residenciais, 35% dos ativos tinham mais de cinco anos (e 100 imóveis tinham mesmo mais de 20 anos) e “ilegal” porque, em geral, os bancos são obrigados a vender imóveis no prazo de dois anos.
Ainda de acordo com o gestor, as vendas de imóveis foram competitivas e sujeitas à “autorização prévia do Fundo de Resolução” no caso dos imóveis cobertos pelo mecanismo de capital contingente (ou seja, imóveis cujas perdas são compensadas pelo Fundo de Resolução bancário).
Sobre a escolha da empresa Alantra como consultora do Novo Banco, Ramalho assumiu que essa foi uma decisão do Conselho de Administração depois de o departamento de ‘compliance’ o ter desaconselhado por a presidente executiva da Alantra Portugal, Rita Barosa, ter sido assessora de Ricardo Salgado no BES (como noticiou o Público).
A administração do banco acabou por escolher a Alantra Espanha para o assessorar na venda de imóveis, sem intervenção da equipa portuguesa.
"Confesso que me sinto quase indignado por ter de explicar a minha ética republicana", disse Ramalho, acrescentando que não conhece Rita Barosa, mas considerando que alguém ter integrado determinada empresa não pode prejudicar a sua vida profissional e a própria empresa.
Estas declarações levaram a deputada do BE Mariana Mortágua a afirmar que o facto de o presidente executivo do Novo Banco se sentir incomodado ou o Novo Banco insultado por determinadas perguntas não leva a que os deputados deixem de as fazer.
Na resposta ao BE, entre elogios às capacidades intelectuais de Mariana Mortágua, António Ramalho defendeu que "o Novo Banco não é um jogo político para ser jogado, não é um Az neste jogo".
"Temos entre nós um acordo muito claro. Eu não contribuo nunca para a sua eleição e sei que não gostaria que eu fosse eleito", afirmou ainda.
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