"A solução encontrada para a venda do Novo Banco é a menos má, e é a menos má face ao ponto de partida péssimo. Apesar deste ponto de partida, houve um interessado que ainda acedeu às condições que o Governo português tentou impor", afirmou o deputado do PS.
Eurico Brilhante Dias respondia às críticas lançadas ao Governo pela deputada bloquista Mariana Mortágua, no âmbito do debate de atualidade sobre a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star pedido pelo Bloco de Esquerda.
"O banco limpo, afinal, não era assim tão limpo. Afinal o banco mau era o banco péssimo, porque uma parte da maldade ficou no Novo Banco", destacou Eurico Brilhante Dias, sublinhando que o anterior Governo comprometeu-se com a Comissão Europeia a vender 100% do banco a privados.
"Com este ponto de partida, o que é que foi feito: procurar limitar o impacto que os contribuintes iam sentir", vincou o deputado socialista, considerando que a nacionalização do Novo Banco, banco de transição resultante da intervenção das autoridades no antigo Banco Espírito Santo (BES) ia comprometer o "caminho" que o PCP, Bloco e PS - que suportam o Governo António Costa - têm vindo a percorrer.
"A nacionalização, e eu nem quero falar da liquidação, implicaria provavelmente mais quatro ou cinco mil milhões de euros que o Tesouro português teria que ir ao mercado buscar. Isso seria um sinal muito errado daquilo que queremos para o país", sublinhou Brilhante Dias.
E rematou: "Será que somando uma nacionalização com mais dívida estaríamos no caminho certo?".
Como resposta, a deputada Mariana Mortágua considerou que o executivo não pode justificar más decisões com a situação que ‘herdou' do anterior Governo PSD/CDS-PP.
"Que o ponto de partida é péssimo já sabemos. E não podemos continuar a olhar para o passado para continuar a tomar más decisões", salientou Mortágua.
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