"Se for para fazer um debate aceso a falar do passado e de tudo menos do orçamento, não contem comigo", afirmou o governante, que esteve hoje à tarde na Assembleia da República no primeiro dia do debate da generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) e que fez a última intervenção da parte do Governo.
"Vim aqui falar do orçamento e foi das medidas do orçamento que falei", disse ainda, acrescentando que, "se os deputados do CDS não tiveram o prazer de acompanhar, é pena".
O governante respondia à intervenção do deputado do CDS Helder Amaral, que defendeu que o orçamento do próximo ano "mantém toda a carga fiscal e ainda a aumenta", citando, entre outros exemplos, o caso do alojamento local, cuja tributação será agravada em sede de IRS e de IRC em 2017.
O deputado Helder Amaral criticou diretamente o ministro da Economia, afirmando que "pode ser discreto, mas podia ser eficaz" e concluindo que o governante "não acrescenta nada à economia portuguesa".
Na resposta, Caldeira Cabral lamentou que o CDS não tenha olhado com atenção para a proposta orçamental: "É pena que não tenha tido o tempo ou a atenção para ler a parte fiscal, porque, se não, veria que no turismo também há uma redução do IVA da restauração, que foi muito aplaudida pelo setor".
O governante com a pasta da Economia disse que o Governo vai "promover a inovação e a melhoria tecnologia na indústria, não aceitando a ideia de que a competitividade se reforça pela baixa dos salários".
"Só criando mais valor pela inovação é possível ser mais competitivo e este ano estamos a demonstrar que, mesmo com aumento do salário mínimo e com o reforço dos salários e do rendimento, foi possível criar mais emprego e ter mais investimento das empresas privadas", defendeu.
Sublinhando que este é "um orçamento com sinais claros para as empresas", o ministro da Economia disse que a proposta "apoia quem investe", "apoia as empresas que se capitalizam", "apoia as empresas que apostam na inovação", "facilita e simplifica a vida às empresas que exportam ou que investem em Portugal" e "beneficia quem investe e mantém empregos no interior".
Já na parte final da sua primeira intervenção, Caldeira Cabral reiterou a mensagem que vários membros do executivo têm vindo a referir: "Não, com este orçamento o país não está pior, está melhor".
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