A China Three Gorges (CTG) lançou na passada sexta-feira uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada ação, o que representa um prémio de 4,82% face ao valor de mercado e avalia a empresa em cerca de 11,9 mil milhões de euros.
A Bloomberg avança esta segunda-feira que a energética portuguesa se prepara para rejeitar a oferta, citando fontes próximas do processo.
A administração da empresa considera que 3,26 euros por cada ação é um valor muito baixo, sobretudo considerando que esta segunda-feira as ações da EDP subiram 8,9% para 3,39 euros por ação.
A EDP está a trabalhar com consultores do UBS Group para uma possível resposta à OPA.
A China Three Gorges, fundada em 1993, para construir e administrar o maior projeto hidroelétrico do mundo, no centro da China, é tutelada diretamente pelo Governo chinês, à semelhança da maioria das principais empresas do país.
O grupo chinês, que já detém 23,27% do capital social da empresa liderada por António Mexia, pretende que a elétrica se mantenha com identidade portuguesa, com sede e cotada em Portugal.
Caso a OPA sobre a EDP tenha sucesso, a China Three Gorges avançará com “uma oferta pública obrigatória sobre 100% do capital social da EDP Renováveis (EDPR), a 7,33 euros por ação”, um preço abaixo do valor da última cotação (7,85 euros).
Há cerca de seis anos, em 20 de fevereiro de 2012, os acionistas da EDP oficializaram a entrada da China Three Gorges no Conselho Geral e de Supervisão, em assembleia-geral extraordinária, após a privatização da elétrica portuguesa, na qual a empresa chinesa pagou cerca de 2,7 mil milhões de euros por 21,35%, tornando-se a maior acionista.
A entrada da CTG foi o 'pontapé' de saída para um fluxo de investimento chinês em Portugal, à 'boleia' de privatizações, já que o país serve de porta de entrada para a Europa e para os países de língua oficial portuguesa, isto sem falar na corrida às concessões de vistos 'gold'.
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