A justiça sueca condenou uma antiga empresária do sector dos resíduos a seis anos de prisão por envolvimento num dos maiores escândalos ambientais do país. Fariba Vancor, que no passado usou o nome Bella Nilsson e liderava a empresa Think Pink, foi responsabilizada por ter depositado ilegalmente enormes quantidades de resíduos tóxicos, sendo considerada culpada de 19 crimes ambientais graves, avança o The Guardian.

O seu ex-marido, Thomas Nilsson, também foi condenado, tendo recebido uma pena de três anos e meio de prisão por 12 crimes semelhantes. O julgamento, iniciado em setembro, terminou com a condenação de quase todos os 11 arguidos, com excepção de um único absolvido, segundo o tribunal distrital de Södertörn, nos arredores de Estocolmo.

O juiz Niklas Schüllerqvist, que integrou o colectivo responsável pelo caso, afirmou que a actuação da Think Pink representou “grandes riscos para as pessoas e para o ambiente”, comparando o funcionamento da empresa a “um esquema em pirâmide”.

Segundo o juiz, a gestão dos resíduos foi amplamente inadequada, causando emissões poluentes e, nalgumas situações, colocando em perigo a saúde pública e o meio ambiente. “Não restam dúvidas de que ocorreram crimes ambientais nos locais onde os resíduos foram depositados”, acrescentou.

Entre os 11 acusados, cinco — incluindo Fariba Vancor e Thomas Nilsson — receberam penas de prisão entre dois e seis anos por crimes ambientais graves. Outros cinco foram condenados a penas mais leves ou suspensas. Apenas um dos arguidos foi absolvido: Leif-Ivan Karlsson, antigo director executivo da Think Pink e figura conhecida da televisão sueca.

Os cinco principais condenados foram ainda obrigados a pagar cerca de 250 milhões de coroas suecas (cerca de 19 milhões de libras) em indemnizações a entidades como o município de Botkyrka e a cidade de Västerås.

Este processo foi o mais complexo alguma vez conduzido pela unidade nacional sueca especializada em crimes ambientais e de segurança no trabalho, decorrendo ao longo de vários anos e envolvendo mais de 80 dias de audiências. O acórdão final conta com quase 700 páginas.

“Foi uma investigação extremamente extensa — ouviram-se 150 testemunhas e peritos, para além de cerca de 20 queixosos”, concluiu Schüllerqvist.