De acordo com os dados recolhidos pelo Jornal de Notícias, os processos de insolvência a afetar particulares representam 77% de todos os processos do género decretados pelos tribunais no primeiro trimestre deste ano.

O diário reporta que o valor atingiu o triplo dos casos registados em 2007, o primeiro ano em que se começaram a registar as estatísticas destas falências.

Estes resultados seguem a tendência dos últimos anos, em que as insolvências das famílias ultrapassaram as das empresas. Por isso mesmo, e para contrapôr os efeitos de agravamento da pandemia, o na semana passada o Conselho de Ministros decidiu prolongar por mais seis meses, até 30 de setembro de 2021, o prazo das moratórias de crédito às famílias e empresas que terminava em 31 de março.

As moratórias bancárias suspendem o pagamento das prestações dos empréstimos bancário, sendo que, relativamente às famílias, mantém-se a moratória de juros e de capital para créditos à habitação e para despesas de educação e formação.

No entanto, refere o JN que não só algumas empresas se recusaram a aceitar a extensão sugerida pela Associação de Instituições de Crédito Especializado — o que coloca pressão sobre os clientes para pagar as dívidas — como, apesar das contingências criadas pela crise, o crédito ao consumo não cessou.

Segundo o diário, os financiamentos prestados por bancos e financeiras em crédito automóvel atingiram os 282,5 milhões de euros em julho, o máximo registado este ano. Já o crédito ao consumo subiu para 537 milhões de euros e os cartões de crédito emprestaram 73,5 milhões de euros.