“Vamos dar início, a partir de dezembro, a um negócio que vai movimentar para o setor e para Portugal, no primeiro ano, cerca de 100 milhões de euros de exportações em carne de porco e, no segundo ano, passaremos a 200 milhões”, disse à Lusa o diretor da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, Nuno Correia.
O anúncio surge na sequência dos serviços oficiais chineses terem divulgado, através da sua página na internet, um documento que autoriza os matadouros Maporal, ICM e Montalva a exportar para a China.
“Criamos aqui alternativas de comércio dos nossos animais fora de Portugal que nos vão permitir crescer de forma sustentada […]. É um negócio que vai dinamizar setor agropecuário em Portugal”, acrescentou.
De acordo com o responsável, o acordo foi celebrado com o ACME Group, estando já a decorrer negociações para alargar o negócio.
“A China é um mercado de grandes volumes, é o maior produtor e importador de porcos. Aquilo que nós fizemos em Portugal foi unir esforços entre as três empresas para poder conseguir satisfazer as necessidades. Uma empresa, por si só, não consegue dar resposta a tudo aquilo que a China precisa”, sublinhou.
Por outro lado, a Agrupalto, da qual Nuno Correia é administrador, comprou o matadouro de Reguengos de Monsaraz (Maporal) que vai passar a trabalhar, em exclusivo, para o mercado chinês.
A aquisição envolveu um investimento inicial de quatro milhões de euros e, posteriormente, vai implicar um reforço de seis milhões de euros, destinado ao aumento de produção.
No total vão ser criados 150 novos postos de trabalho nesta unidade.
Numa fase inicial, só neste matadouro, vão ser abatidos quatro mil animais por semana e, até ao final de 2019, ascenderá a dez mil animais por semana.
Segundo o diretor da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, dentro de seis meses, será ainda realizada uma nova vistoria para tentar homologar mais três matadouros em Alcanede, Montijo e Lisboa.
A 6 de novembro, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, deu como concluído o processo de venda de carne de porco para a China.
“O processo tem vindo a ser negociado e está finalizado. Está apenas dependente de pequenos detalhes de natureza estritamente burocrática, mas foi assumido, com toda a clareza, pelo senhor ministro das Alfândegas [da China] que esse é um processo [dado] como concluído e que nos próximos dias estará totalmente regularizado”, disse, na altura, Capoulas Santos, em declarações à Lusa.
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