“A capacidade de financiamento da economia fixou-se em 0,8% do PIB em 2019, o que compara com 1,2% em 2018″, pode ler-se nas Contas Nacionais Trimestrais Por Setor Institucional hoje divulgadas pelo INE.
De acordo com o instituto de estatísticas, além do saldo orçamental positivo de 0,2% do PIB, a rubrica relacionada com as famílias, que inclui também instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias, registou um saldo positivo (capacidade de financiamento) de 1,6% do PIB em 2019.
No entanto, “a taxa de poupança das famílias diminuiu em 0,1 p.p. [pontos percentuais] para 6,7% do rendimento disponível, em resultado de um aumento do rendimento disponível inferior ao da despesa de consumo final (0,7% e 0,8%, respetivamente)”.
Já as empresas (sociedades não financeiras) registaram um défice de 3,4% do PIB em 2019, um resultado que reflete “sobretudo o aumento de 0,7% do Excedente de Exploração Bruto. O Valor Acrescentado Bruto (VAB) aumentou 1,0%, mais 0,1 p.p. do que no trimestre anterior, enquanto as remunerações pagas pelo setor registaram um crescimento de 1,1%”.
Em termos de investimento, “aumentou 0,8% no ano acabado no quarto trimestre, fixando-se a taxa de investimento (medida através do rácio entre a FBCF [formação bruta de capital fixo, rubrica de investimento] e o VAB) em 25,5%, idêntica à registada no trimestre anterior”.
Já as sociedades financeiras, rubrica que inclui os bancos, registaram uma capacidade de financiamento (excedente) de 2,4% do PIB em 2019, um valor inferior em 0,2 pontos percentuais ao registado nos doze meses terminados no final do terceiro trimestre.
“A poupança corrente do setor registou um aumento de 1,2% no 4.º trimestre de 2019. O saldo positivo dos rendimentos de propriedade diminuiu 8,7%, com os rendimentos recebidos e pagos a registarem taxas de variação de -0,4% e 0,8%, respetivamente”, de acordo com o INE.
As Administrações Públicas registaram um excedente de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, em contabilidade nacional, correspondente a 403,9 milhões de euros, o primeiro saldo orçamental positivo desde 1973, divulgou hoje o INE.
“Esta evolução positiva resultou de um acréscimo mais expressivo na receita (+3,8%) do que na despesa (+2,3%). O saldo primário, correspondente ao saldo global líquido da despesa em juros, registou um aumento de 789 milhões de euros face ao ano anterior, atingindo perto de 6,8 mil milhões de euros”, segundo uma nota do INE sobre os Principais Agregados das AP, divulgada hoje.
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