De acordo com o estudo Natal 2016 da consultora Deloitte, as famílias estimam gastar em média 359 euros por lar (mais 45 euros do que em 2015), repartido em presentes (51%), alimentação e bebidas (35%) e socialização (14%).

O consumo esperado este ano fica, contudo, 3,6% abaixo do declarado em 2015 (373 euros).

Segundo o estudo, entre 2008 e 2013 registou-se uma queda superior a 50% no consumo que os portugueses declaram ter efetuado na época natalícia do ano anterior.

Nos últimos dois anos tem-se verificado uma tendência crescente.

“Desde 2014 que os portugueses têm declarado ter gasto mais do que as suas expetativas e acreditamos que essa tendência se irá manter este ano, o que indicia um clima de consumo mais favorável. Pela primeira vez desde 2009, a expetativa relativa à evolução do poder de compra é também menos pessimista em Portugal do que a média da Europa, o que poderá explicar este sentimento mais positivo”, destaca Pedro Miguel Silva, da Deloitte.

Em 2016, as famílias portuguesas preveem cortar nos presentes (183 euros, -4,4% face a 2015) e na alimentação e bebidas (124 euros, -3,9%), e gastar ligeiramente mais em eventos sociais (52 euros, +0,2%).

Do conjunto de nove países europeus analisados pela Deloitte, apenas Portugal, Grécia e Bélgica consideram cortes no orçamento.

Os portugueses que têm a expetativa de aumentar o seu orçamento nesta época festiva referem as promoções típicas da época (48%), o fator de se quererem divertir e evitar pensar na incerteza económica (33%) e o aumento do rendimento disponível (25%) como os principais incentivos para o fazerem.

A necessidade de diversão e evitar pensar na incerteza económica perde relevância a nível nacional face a 2015, embora seja o facto mais referido pelos europeus.

Em posição contrária estão aqueles que esperam gastar menos este Natal, sobretudo devido à redução do rendimento disponível (42%) e à expectativa de continuidade da recessão económica (36%), motivos também apontados pelos europeus.

Em Portugal, a tendência de melhoria do sentimento face à atual situação económica do país é mais acentuada do que na Europa.

Em 2016, 49% dos portugueses avaliam como negativa a situação do país, face aos 55% em 2015 e aos 72% em 2014 ou aos 77% em 2013, mas ainda aquém dos 45% registados em 2009.

Por outro lado, 15% dos portugueses classificaram como positiva a situação económica por comparação com os 16% que assim a qualificavam em 2015, sendo a população sénior (acima dos 55 anos) a mais otimista.

Dois terços dos portugueses inquiridos consideram que a influência do Orçamento do Estado (OE) para 2017 no seu comportamento de compra é positivo ou neutro. O segmento entre os 35 e 54 anos é o que se sente mais impactado pelo OE.

Relativamente ao estado futuro da economia, a maioria dos países europeus, incluindo Portugal, mantém uma expetativa negativa de evolução, com apenas Espanha e Dinamarca a apresentarem um saldo positivo nas respostas dadas.

Portugal registou um saldo negativo de 4%, valor ligeiramente inferior ao de 2015, conclui o estudo da Deloitte.

A população jovem é a mais otimista, sendo a única na qual a percentagem de respostas positivas ultrapassa a de respostas negativas.

O estudo de Natal 2016 da Deloitte abrange nove países e foi desenvolvido com base numa amostra representativa de consumidores europeus, num total de 6.580 inquiridos, dos quais 760 portugueses.