Xi realizou um discurso por altura do 40º aniversário desde que Shenzhen se abriu à economia de mercado, parte da política de reforma e abertura impulsionada pelo antigo líder chinês Deng Xiaoping.

O chefe de Estado da China prometeu relaxar os regulamentos para impulsionar novas indústrias e apelou aos empresários e trabalhadores de Shenzhen para que contribuam para o “grande rejuvenescimento da nação chinesa” e a “otimização e atualização da produção”, numa referência às ambições do país em tornar-se um competidor global em setores de alto valor agregado, incluindo nas telecomunicações, biotecnologia, carros elétricos ou energia renovável.

“Estamos perante mudanças sem precedentes no espaço de um século e devemos seguir rumo à autossuficiência. Isto significa que devemos tornar-nos independentes no nosso impulso de inovação”, apontou Xi Jinping, citado pela emissora estatal CCTV.

Situada na fronteira com Hong Kong, Shenzhen tornou-se um centro global para o fabrico de componentes eletrónicos e sede das principais firmas tecnológicas do país, incluindo o grupo de telecomunicações Huawei, a fabricante automóvel BYD ou o gigante da Internet Tencent.

Estas empresas enfrentam, no entanto, crescente pressão por parte dos Estados Unidos, que temem perder o domínio industrial em alta tecnologia.

Segundo Xi Jinping, o Partido Comunista Chinês vai emitir mais de 60 mudanças de política ou novas diretrizes. Sem avançar mais detalhes, o líder chinês afirmou que Shenzhen teria “mais autonomia em áreas importantes”.

As duas maiores economias do mundo enfrentam já uma prolongada guerra comercial, que inclui a imposição de taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de ambos.

Mas a pressão do Governo norte-americano para que as empresas boicotem entidades chinesas específicas converteu-se num esforço concertado para forçar fornecedores e países terceiros a aderirem a um bloqueio à tecnologia chinesa.

Washington bloqueou o acesso da Huawei a componentes e tecnologia norte-americanos, o que ameaça paralisar as vendas de telemóveis e equipamentos da empresa.

Nos últimos dois anos, a administração de Donald Trump colocou outras 70 empresas chinesas na Lista de Entidades do Departamento de Comércio, limitando o seu acesso a tecnologia norte-americana.

Trump emitiu ainda uma ordem, em agosto passado, que declarou o WeChat, uma aplicação de mensagens instantâneas operada pela Tencent, como ameaça à segurança nacional.

Estas medidas aceleraram a urgência da China em desenvolver tecnologia autónoma, incluindo na produção de ‘chips’ para processadores e outros componentes, no qual Shenzhen desempenha um papel fundamental.

Shenzhen é também uma cidade central no projeto de integração regional apadrinhado por Xi Jinping, a Área da Grande Baía – uma metrópole mundial, que inclui também Macau e Hong Kong e mais oito cidades de Guangdong, através da criação de um mercado único e da crescente conectividade entre as vias rodoviárias, ferroviárias e marítimas.

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