“A emergência sanitária vai introduzir uma fatura pesada na economia da zona euro, como demonstram as previsões de primavera da Comissão Europeia”, afirma o presidente do fórum dos ministros das Finanças da zona euro numa publicação feita na rede social Twitter, no dia em que o executivo comunitário antecipou uma recessão de 7,7% na zona euro este ano, resultante da pandemia.

“Não podemos evitar o vírus, mas podemos aliviar o seu efeito sobre os cidadãos e as empresas europeias [visto que] a forma como sairmos desta crise faz parte das escolhas que temos de fazer”, acrescenta o também ministro das Finanças português.

Para Mário Centeno, “o caminho a seguir” para esta recuperação centra-se num “crescimento sustentável com um plano de relançamento considerável” ao nível da União Europeia (UE), no qual “se reparta os custos da crise ao longo do tempo por todos os Estados-membros”, complementando ainda “os esforços nacionais”.

Em causa está o plano de recuperação, interligado com uma proposta revista do orçamento da União Europeia para 2021-2027, que a Comissão Europeia está a preparar e vai apresentar nas próximas semanas, ainda sem data.

“Temos de relançar todas as nossas economias e colmatar o défice de investimento de 850 mil milhões de euros identificado pela Comissão Europeia, a fim de proteger o mercado único e a União Económica e Monetária, garantindo que saímos desta crise mais fortes e — o que é crucial — que saímos juntos”, adianta o responsável.

A Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB), como resultado da pandemia da covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%, foi hoje divulgado.

Como já era expectável, nas previsões económicas da primavera hoje publicadas, as primeiras a terem em conta o impacto da crise provocada pela pandemia, o executivo comunitário reviu em profunda baixa as anteriores projeções de crescimento, em cerca de nove pontos percentuais, apontando que, “apesar da resposta rápida e abrangente, tanto a nível da União Europeia como nacional, a economia europeia vai experimentar uma recessão de proporções históricas este ano”.

No anterior exercício de previsões macroeconómicas, em fevereiro passado — quando o novo coronavírus ainda parecia confinado à China –, Bruxelas antecipava que a zona euro crescesse 1,2% do PIB tanto no ano em curso como no próximo.

Três meses depois, a Comissão estima uma contração no espaço da moeda única que fica muito acima do daquela verificada no auge da anterior crise financeira — quando a zona euro se contraiu 4,5% em 2009 -, e até da recente previsão do Fundo Monetário Internacional (7,5%), e alerta para que “os riscos em torno desta previsão são também excecionalmente grandes e concentrados no lado negativo”.

Como consequência do confinamento provocado pela pandemia da covid-19, que levou à paralisação de boa parte da economia europeia, Bruxelas estima também que a taxa de desemprego suba este ano para os 9,6% (face aos 7,5% registados em 2019), e recue apenas parcialmente para os 8,6% em 2021.

Para Portugal, Bruxelas estima uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).

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