Segundo o documento do FMI, a dívida pública passará dos 117,7% do PIB de 2019 para 135% em 2020 devido à pandemia, e deverá descer para 128,5% em 2021.

Já o saldo orçamental passará de um excedente de 0,2% em 2019 para um défice de 7,1% em 2020, descendo para 1,9% em 2021.

O saldo primário (sem despesas de juros da dívida pública) passará de um excedente de 3,1% do PIB em 2019 para um défice de 4% em 2020 devido à pandemia, voltando a um saldo positivo, de 1%, em 2021, de acordo com as previsões do FMI.

Segundo o anexo estatístico do FMI ao 'Fiscal Monitor', em percentagem do PIB a receita passará dos 43,3% em 2019 para os 42,9% em 2020, voltando a subir para os 43,4% em 2021.

O maior impacto deverá verificar-se mesmo na despesa em percentagem do PIB, que subirá dos 43,1% em 2019 para os 49,9% em 2020, baixando para os 45,3% em 2021.

O FMI projeta ainda que o diferencial entre as taxas de juro e o crescimento, em 2020 e 2021, seja de 3,6%, abaixo dos de Espanha e Itália (4,5%).

As necessidades de financiamento brutas de Portugal deverão ascender a 18,6% do PIB em 2020, segundo a instituição sediada em Washington.

O FMI prevê uma recessão de 8,0% da economia portuguesa e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020, devido à pandemia de covid-19, de acordo com as Perspetivas Económicas Mundiais divulgadas na terça-feira.

A economia da zona euro deverá ter uma recessão de 7,5% este ano, de acordo com o FMI, recuperando depois para um crescimento de 4,7%, e a taxa de desemprego agregada dos 19 países deverá subir dos 7.6% para os 10,4%, descendo depois para os 8,9% em 2021.

O FMI prevê ainda que a economia mundial tenha uma recessão de 3% em 2020, fruto do apelidado “Grande Confinamento” devido à pandemia de covid-19.

Segundo o FMI, dadas as medidas de apoio orçamental ao combate à pandemia de covid-19, tanto de natureza sanitária como de apoio à economia e à sociedade em geral, nas economias avançadas "o saldo orçamental médio em 2020 deverá deteriorar-se significativamente".

De acordo com o 'Fiscal Monitor' hoje conhecido, que analisa as políticas orçamentais a nível mundial, é esperado "o alargamento dos 'spreads' [das dívidas] de soberanos [Estados] e empresariais, com um declínio nos custos de financiamento para soberanos que sejam considerados seguros e uma simultânea liquidação de ativos que são percecionados como arriscados".

Referindo que antes da pandemia de covid-19 "as taxas nominais efetivas estavam abaixo de 2% em mais de um terço das economias avançadas", o FMI aponta que essas taxas "deverão baixar ainda mais em países seguros (por exemplo os Estados Unidos, Japão e Alemanha)".