A cifra, divulgada pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, está abaixo das previsões dos analistas, que apontavam para um crescimento de cerca de 5%.
Nos dois primeiros meses do ano, aquele indicador afundou 13,5%, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto em março contraiu 1,1%. Em abril registou um aumento de 3,9%.
Entre as três principais categorias em que o GNE divide este indicador, destaca-se o crescimento dos setores da eletricidade, aquecimento, gás e água, que cresceram 3,6% em relação ao ano anterior, em maio.
A indústria de transformação cresceu 5,2%, enquanto a indústria de mineração aumentou 1,1%.
As estatísticas chinesas compararam ainda os dados de 41 subsetores industriais, entre os quais 30 experimentaram um aumento da atividade, em maio, em comparação com o mesmo mês de 2019.
O GNE também divulgou hoje dados das vendas a retalho, um valor importante para medir o nível de procura dos consumidores chineses e um dos pilares da mudança no modelo económico chinês preconizada por Pequim, com maior ênfase no consumo interno, em detrimento das exportações.
Este indicador registou uma queda homóloga de 2,8%, em maio, depois de ter caído 7,5%, em abril, e 15,8%, em março.
O investimento em ativos fixos acumulou nos primeiros cinco meses do ano uma queda de 6,3%, segundo o GNE.
Num relatório, a consultora britânica Capital Economics apontou razões para otimismo.
“O PIB [Produto Interno Bruto] pode alcançar crescimento positivo, no terceiro trimestre. O investimento em infraestruturas deve continuar a acelerar nos próximos meses e impulsionar o aumento do investimento e da produção”, apontou o analista Martin Rasmussen.
“Os serviços e o consumo também devem beneficiar, pois o ‘boom’ da construção provocará uma recuperação nos empregos dos trabalhadores migrantes”, acrescentou o analista.
As medidas para combater a pandemia, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, no centro da China, paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos.
A economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
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