“Os resultados alcançados pela nossa economia são positivos mas não podem levar à euforia conforme temos visto. A maioria dos países europeus cresce bem mais do que nós”, defendeu o deputado Emídio Guerreiro, que abriu o debate na Assembleia da República marcado pelo PSD sobre “economia e emprego”.
Mostrando quadros sobre o crescimento económico e a evolução do emprego a 10 anos, o deputado defendeu que o país “não pode viver à sombra de bons resultados transitórios”, frisando que “as próprias previsões do governo vão no sentido da diminuição do crescimento para 2018 e 2019”.
O deputado assinalou que “depois de um permanente aumento entre 2008 e 2013, o desemprego vem caindo deste então”, o que, sustentou, “resulta de reformas anteriores que agora dão frutos” e exigiu medidas “sem complexos ideológicos castradores” para aumentar a qualificação.
Perante a intervenção, o deputado do PS Carlos Pereira perguntou: “A sério que o PSD quer mesmo fazer este debate?” e destacou que “Portugal lidera a criação de emprego nos países europeus”, sendo também depositário da confiança dos investidores externos, com 9,1 mil milhões de euros em investimento estrangeiro.
Do Bloco de Esquerda, o deputado Heitor Sousa manifestou “perplexidade” face ao tema escolhido pelo PSD, afirmando que “é um tema relevante” mas sobre o qual o “PSD e o CDS-PP tem imensos telhados de vidro” durante os anos da anterior governação.
“Existirá alguma vertigem auto flageladora na nova liderança parlamentar do PSD relativamente ao período 2012-2015”, questionou, acusando ainda Emídio Guerreiro de “fazer figura de emplastro” quanto aos “louros em relação à situação atual” na economia e no emprego.
Heitor Sousa assinalou que no período de 2011 a 2015 houve uma redução de “200 mil pessoas a trabalhar”, comparando este dado com a criação de “mais 210 mil empregos” entre 2015 e 2017.
Para o deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares, “Portugal não conseguiu aproveitar o bom momento económico” pelo qual estão a atravessar países parceiros como Espanha, que cresce “sempre acima de 3%” e divergiu da União Europeia. Quanto aos resultados globais na economia e no emprego, Mota Soares defendeu que o governo e a esquerda deviam “meter a viola no saco” e admitir que “as reformas no Código do Trabalho” realizadas durante o anterior Governo PSD/CDS-PP foram positivas para os trabalhadores que tiveram oportunidade de voltar ao mercado de trabalho.
“Tanto é que a grande reforma do PS tem nesta matéria é `não mexer´ e tentar resistir aos apelos da extrema-esquerda para mudar a lei”, apontou.
Exigindo a revogação das alterações às leis laborais promovidas pelo PSD/CDS-PP, a deputada do PCP Rita Rato desafiou o PS a decidir “se quer um consenso com os direitos dos trabalhadores ou se quer um consenso com o PSD”.
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