Numa posição escrita enviada em resposta à Lusa sobre a notícia, divulgada na quinta-feira pelo Expresso, de que o Novo Banco recebeu esta semana mais um empréstimo público no valor de 850 milhões de euros, Rui Rio defendeu que "os portugueses não podem continuar a pagar a falência do BES indefinidamente sem que haja, pelo menos, um rigoroso escrutínio às razões que o determinam".

"A entrega de mais uma pesada 'tranche' de dinheiro dos contribuintes ao Novo Banco, sem que, mais uma vez, o Governo tenha aferido da necessidade de o fazer através de uma auditoria específica para o efeito, é uma atitude que tem de merecer a nossa clara reprovação", sublinha o líder social-democrata.

Rui Rio recorda que "a forma como o Governo entendeu vender o Novo Banco pressupõe a cobertura de determinadas imparidades com dinheiro público" até um montante total de 3,9 mil milhões de Euros.

"Por essa razão, o Novo Banco tem vindo a receber avultadas verbas do Estado sem que tenha havido, da parte deste, o cuidado de aferir com rigor se o dinheiro é ou não devido, em face das razões invocadas pelo banco para a ele ter direito", critica.

A notícia do Expresso surgiu depois de António Costa ter garantido, nessa tarde, no debate quinzenal no parlamento, que não haveria mais ajudas de Estado até que os resultados da auditoria ao banco fossem conhecidos.

Hoje, o primeiro-ministro explicou que não foi informado pelo Ministério das Finanças do pagamento de 850 milhões de euros ao Novo Banco, tendo já pedido desculpa ao Bloco de Esquerda pela informação errada transmitida durante o debate quinzenal.

"Não tinha sido informado que, na véspera, o ministério das Finanças tinha procedido a esse pagamento", assumiu o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas no final de uma iniciativa no Porto.

Os 850 milhões de euros foram transferidos para o Fundo de Resolução sob a forma de um empréstimo, que injetou 1.037 milhões de euro no Novo Banco. O dinheiro destina-se a compor as contas do Novo Banco de 2019.