No Luxemburgo, que tem o salário mínimo mais elevado da União Europeia (UE), o aumento foi de 4,4%, enquanto na Bulgária, o país com o salário mais baixo, a subida foi de 29,8%, lê-se no estudo elaborado pelos institutos nacionais de estatística português e espanhol, denominado “Península Ibérica em Números – 2021”.
O documento refere ainda que a Espanha registou em 2020 a segunda taxa de desemprego mais elevada da União Europeia (15,5%), apenas superada pela da Grécia (16,3%).
Portugal, com 6,9%, esteve 0,2 pontos percentuais (p.p.) abaixo do valor apurado para a União Europeia no seu todo, onde a República Checa foi o país com o registo mais baixo (2,6%), adianta.
O nível de preços, em 2020, no caso de Portugal só não foi superior ao da Espanha nos agregados (da contabilidade nacional) “Acessórios para o lar”, “Comunicações” e “Restaurantes e hotéis”, com uma diferença bastante maior no terceiro caso.
Ambos os países tiveram preços de “Comunicações” bastante mais elevados do que a média registada na União Europeia.
As taxas de natalidade, por sua vez, seguiram uma tendência de decréscimo em ambos os países ao longo de toda a década 2011-2020, com valores mais baixos em Portugal até 2016.
Porém, em Espanha a taxa de natalidade diminuiu “mais rapidamente” e passou a ser inferior à de Portugal a partir de 2018, salienta-se no estudo.
Na década 2011-2020, o abandono precoce de educação e formação diminuiu fortemente em Portugal (-14,1 p.p.), ao atingir no final um valor inferior ao apurado para a União Europeia.
Espanha registou igualmente uma redução, embora de menor magnitude (-10,3 p.p.), mantendo-se, assim, num valor claramente acima (+6,0 p.p.) do registado para a UE.
A proporção de empregados com instrução de nível superior, por seu turno, é claramente mais elevada em Espanha do que em Portugal e na União Europeia como um todo.
Em 2020, a expressão dessas diferenças foi de mais 15 p.p. face a Portugal e mais 10,6 p.p. relativamente à UE.
No período 2011-2020, a idade média das mulheres quando são mães pela primeira vez aumentou de forma contínua nos dois países ibéricos, sempre mais elevada em Espanha do que em Portugal.
Contudo, esta diferença tem-se atenuado, passando de 0,9 anos no início da série para 0,5 anos em 2020, lê-se no estudo.
No período 2013-2020, a trajetória da variação média anual do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor teve inflexões significativas nos dois países, em moldes relativamente idênticos, exceto no que respeita aos anos em que registaram os seus valores máximos – 2017 no caso do índice geral (Portugal 1,6% e Espanha 2%) e 2013 para o índice relativo a alimentos e bebidas não alcoólicas (Portugal 1,9% e Espanha 2,8%).
Para o conjunto da União Europeia, em toda esta década apenas se observou um valor negativo na variação do IHPC para alimentos e bebidas não alcoólicas, no mesmo ano (2014) em que Portugal e Espanha também registaram os seus valores mais baixos para este indicador.
Quanto à contribuição das energias renováveis para o consumo final no seu território, regista-se, porém, que a meta estabelecida por Portugal era bastante mais ambiciosa (Portugal 31%, Espanha e UE 20%, pela mesma ordem).
Comentários