Na conferência de imprensa de apresentação das contas de 2023 (lucros de 1.030 milhões de euros, mais 70% do que em 2022), o presidente do Santander Totta disse que “não está a pensar comprar o Novo Banco”, mas também admitiu que estará “sempre atento” e que não pode “garantir que não compra o Novo Banco”.
“Nunca sabemos o que vai acontecer, se nos entregarem o banco vamos ficar com ele”, disse.
Questionado sobre se uma operação dessas (o Santander Totta ficar com o Novo Banco) poderia colocar problemas políticos, porque ficaria um banco de origem espanhola a liderar o mercado português (atualmente o público Caixa Geral de Depósitos é o principal), Pedro Castro e Almeida afirmou que se vive um mundo global pelo que quando houver uma eventual venda do Novo Banco se a CGD não quiser correr o risco de “perder a liderança tem de se candidatar à compra do Novo Banco”.
Em janeiro do ano passado, no parlamento, o presidente da CGD disse que a dimensão e os lucros atuais do banco o tornam um operador ativo e, se fossem essas as circunstâncias em 2015, o Banif e Banco Popular não teriam sido vendidos por um euro.
Paulo Macedo afirmou que isso aconteceu, porque a CGD não tinha então condições para ser um operador ativo. “A CGD não tinha capital, estava à beira da resolução e tinha histórico de seis anos de prejuízo”, afirmou, considerando que por isso houve bancos que “cresceram na sua quota de mercado para além do seu mérito”.
Contudo, afirmou, a CGD mudou e “hoje a Caixa não é uma Caixinha, tem rentabilidade, tem autonomia”.
“É por a Caixa estar como está que hoje não aconteceria um banco estrangeiro comprar Banif e Banco Popular por um euro”, disse Macedo numa audição parlamentar.
Em 2015, o Santander Totta (detido pelo Santander) comprou a atividade bancária do Banif (no âmbito da resolução deste) por 150 milhões de euros. Em 2018, comprou por um euro o espanhol Banco Popular, no âmbito da resolução deste.
O Novo Banco (nascido na resolução do BES) é detido em 75% pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star e o restante capital é público (através do Fundo de Resolução e diretamente do Estado português).
O presidente do Novo Banco, Mark Bourke, tem dito que quer vender o banco em bolsa. Em novembro, em entrevista à agência Reuteurs, Bourke disse que o Novo Banco vai estar preparado para uma potencial entrada em bolsa no primeiro semestre de 2024, ainda que admitindo que o momento é difícil para essas operações.
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