"Se alguém beneficiou foi o Estado acionista", que na altura tinha uma posição maioritária na empresa, afirmou hoje, em conferência de imprensa, referindo as alterações ao regime contratual com a EDP, introduzidas em 2004 e em 2007.

O antigo ministro das Finanças, sentado hoje ao lado de António Mexia, afirmou que os acionistas da EDP - nomeadamente a China Three Gorges - manifestaram "a sua solidariedade com a gestão da EDP", na sequência do processo de investigação do Ministério Público.

"A EDP sempre se pautou por princípios éticos e de cumprimento da lei", acrescentou.

"A tranquilidade aqui é absoluta", afirmou o presidente da EDP, rejeitando de forma perentória, em resposta aos jornalistas, a possibilidade de se demitir do cargo que assume desde 2006.

O gestor, um dos quatro arguidos no processo de investigação de corrupção e participação económica em negócio, lembrou que "as pessoas passam e as instituições ficam" e, por isso, "o que importa é clarificar e tirar as dúvidas, porque não se pode nunca por em causa o bom nome da companhia".

Em conferência de imprensa, em que também está presente o presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto, outro dos arguidos no inquérito, Mexia realçou que a atualização dos parâmetros de mercado, em 2007, reduziu em 75% o valor dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) inicial e aumentou em 56% o valor entregue pela EDP ao Estado pelo domínio público hídrico.

"Não houve nenhum benefício em nenhuma das fases aqui referidas", sublinhou, considerando que "a EDP não pode aceitar com ligeireza que se ponha em causa o bom nome das pessoas e, sobretudo, o desempenho da companhia ao longo de décadas".