Contudo, esse investimento ainda não foi formalizado hoje, mas apenas anunciado, sendo que não foi indicado por Tomás Correia qual participação que agora será já alienada e o investimento feito, isto apesar de a administração da Associação Mutualista Montepio Geral ter autorização para alienar até 2% do capital da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG).
Para já, apenas é público que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa entrará com 75 mil euros, como já disse o provedor, Edmundo Martinho, em declarações à TVI, enquanto das outras instituições da economia social de todo o país (nomeadamente misericórdias) não é conhecido o investimento de cada uma no capital do banco Montepio.
Segundo a imprensa, a maior parte das misericórdias poderão investir apenas 1.000 euros, sendo que algumas poderão pôr mais, como a Santa Casa da Misericórdia do Porto, que deverá investir 10.000 euros.
A confirmarem-se estes valores, o investimento para já não deverá ir além dos 150 mil euros, bem abaixo dos 2% de participação que a Associação Mutualista Montepio quer alienar do capital da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG).
Tendo em conta que o capital social da CEMG são cerca de 2.400 milhões de euros, a alienação de 2% do capital significaria um investimento de 48 milhões de euros, uma vez que cada ação é vendida ao valor nominal de um euro.
“Temos 50 instituições das várias famílias da economia social, mas sabemos que vai crescer porque está aberto a todas as instituições da economia social”, disse hoje Tomás Correia, numa cerimónia em Lisboa, que contou com a presença do presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, do presidente da Associação Portuguesa de Mutualidades, João Marques Pereira, e do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho.
O presidente da Mutualista Montepio afirmou que esta alienação da participação da Caixa Económica Montepio Geral não se deve a “necessidades de capital”, mas à vontade de criar um banco da economia social, e que, apesar de “2% do capital ser uma gota de água” no total do capital da Caixa Económica, isso não significa que as instituições que entram no capital do banco fiquem limitadas na sua ação à proporção da participação.
“O facto de as participações serem simbólicas, pequenas, marginais, como lhes quiserem chamar, isso não significará uma menor capacidade de intervenção de todos os acionistas da Caixa Económica. Não faz sentido que instituições desta natureza funcionem na lógica de que quem tem maior parte do capital é que toma decisões”, declarou.
Já o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, afirmou que este é um “momento histórico” pelo exemplo de cooperação entre entidades do setor social.
O presidente da Associação Portuguesa de Mutualidades, João Marques Pereira, considerou, por sua vez, importante uma entidade que possa financiar as instituições da economia social, que tantas vezes têm dificuldade em aceder a crédito, nomeadamente “que possa olhar para as entidades da economia social de modo diferente”.
Pela União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, disse que este processo será alargado e que cada um dos que esteve hoje na cerimónia “será um arauto” do seu alargamento.
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