A greve vai decorrer até ao dia 30 deste mês em três períodos de 24 horas intercalados e abranger os trabalhadores da concessionária da mina, a Somincor, disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) Jacinto Anacleto.
O primeiro período da greve arranca às 06:00 de hoje e termina às 06:00 de sábado, o segundo vai decorrer entre as 06:00 de dia 27 e as 06:00 de dia 28 e o terceiro entre as 06:00 de dia 29 e as 06:00 de dia 30, precisou.
Segundo o sindicalista, a greve vai servir para os trabalhadores continuarem a reivindicar o fim da laboração contínua no fundo da mina, a "humanização" dos horários de trabalho, a antecipação da idade da reforma para os funcionários das lavarias, a progressão nas carreiras, a revogação das alterações unilaterais na política de prémios e o "fim da pressão e da repressão sobre os trabalhadores".
Trata-se da terceira greve dos trabalhadores da Somincor este ano, sendo que a primeira decorreu entre os dias 03 e 07 de outubro e a segunda entre os dias 06 e 11 de novembro.
Os trabalhadores decidiram avançar para a terceira greve porque as propostas apresentadas pela empresa ao STIM, após a segunda paralisação, "não abrangem a totalidade dos trabalhadores em luta e são claramente insuficientes para satisfazer as suas justas e legítimas reivindicações", explicou Jacinto Anacleto.
Segundo o STIM, no dia 12 deste mês, a administração da Somincor, através de um comunicado, considerou que a greve convocada é "manifestamente abusiva e ilícita" em relação aos funcionários das lavarias e ameaçou descontar no salário e como "faltas injustificadas" as ausências dos trabalhadores grevistas adstritos às lavarias.
Trata-se de uma "coação" sobre os trabalhadores das lavarias, considera o sindicato, referindo que já pediu uma "intervenção célere" da Autoridade para as Condições do Trabalho.
Já a Somincor, num comunicado enviado à Lusa, refere que a administração da empresa "tem estado envolvida num processo contínuo de conversações com o STIM" e as duas últimas reuniões ocorreram nos dias 17 e 22 de novembro.
No comunicado, o presidente do conselho de administração da Somincor, Michael Welch, citado pela empresa, afirma ter ficado "surpreendido e dececionado" com o pré-aviso de nova greve por parte do STIM "na sequência das recentes e profícuas conversações".
Segundo Michael Welch, o pré-aviso de nova greve "não reflete com precisão o resultado das reuniões entre a Somincor e o STIM, durante as quais foi alcançado um acordo sobre uma ´posição de princípio` relativamente a um horário para os colaboradores do fundo da mina".
No seguimento das reuniões dos dias 17 e 22 de novembro, "e na presença do STIM", a administração da Somincor apresentou "propostas relativas à idade de reforma dos trabalhadores não abrangidos pelo sistema de reforma aplicável aos do fundo da mina" e que "acredita" constituírem "um valor considerável para aqueles colaboradores", refere Michael Welch.
O presidente da Somincor refere que a empresa "ouve e responde sempre às necessidades" dos seus colaboradores e o seu objetivo é "continuar a proporcionar salários e benefícios que estão entre os melhores do país".
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