“Dois meses e meio após a aquisição do Credit Suisse, estamos a trabalhar arduamente para implementar uma das maiores e mais complexas fusões bancárias da história”, afirmou o presidente do UBS, num comunicado de imprensa.

No relatório financeiro do UBS, Sergio Ermotti explicou que as duas entidades “vão operar separadamente até à integração jurídica em 2024” e que “a marca Credit Suisse e as operações vão continuar até que se complete a migração gradual dos clientes para o sistema UBS”, algo que deverá estar concluído em 2025.

O dirigente defendeu que “a integração completa fortalecerá os pontos fortes que fazem do UBS o banco líder na Suíça”, preservando ao mesmo tempo a concorrência no mercado suíço, de acordo com a mesma notq.

Nem o relatório financeiro nem o comunicado do UBS aponta quais as possíveis consequências da integração para os atuais funcionários do Credit Suisse.

No total, os dois bancos empregavam juntos cerca de 120 mil funcionários em todo o mundo no final de 2022, incluindo 37 mil na Suíça.

“A nossa decisão (…) segue-se a uma avaliação minuciosa de todas as opções possíveis”, sublinhou Ermotti, explicando que a integração completa do banco parecia ser “a melhor solução”.

O UBS, que considerou sete cenários, acabou por optar pela integração, por acreditar que a filial suíça do Credit Suisse teria dificuldade em encontrar um nicho no mercado bancário, disse o banco, numa conferência de imprensa.

Num outro comunicado separado, o Credit Suisse indicou, esta manhã, ter sofrido um prejuízo de 9,3 mil milhões de francos suíços (9,7 mil milhões de euros) no segundo trimestre deste ano, devido ao colapso de parte das atividades, ligado às incertezas sobre o futuro do banco.

Pelo contrário, o UBS anunciou um lucro líquido recorde de 29,9 mil milhões de dólares (27,4 milhões de euros) no segundo trimestre de 2023, sete vezes superior ao registado no mesmo período do ano passado.

O UBS disse que prevê poupar 10 mil milhões de dólares (9,2 mil milhões de euros) até o final de 2026, graças à fusão com o Credit Suisse.

O banco, que se debatia com graves problemas financeiros, foi vendido por 3,1 mil milhões de euros ao UBS em março, quando na bolsa de valores suíça valia mais de sete mil milhões de euros.

O preço de compra muito abaixo do seu valor em bolsa era uma das condições oferecidas no final de março para a aquisição do Credit Suisse, em conjunto com a garantia de cobertura de eventuais prejuízos para o banco UBS.

O UBS renunciou à garantia de 9,3 mil milhões de euros dada pelo Governo suíço para adquirir o Credit Suisse, tinha afirmado a ministra das Finanças da Suíça, Karin Keller-Sutter.