Em Lisboa, disse Emídio Sousa, esta taxa obriga o país a "dar dinheiro" para a cidade que mais concentra serviços estatais.

O também autarca de Santa Maria da Feira referia-se assim à reunião do passado sábado da Associação Nacional de Municípios Portugueses, em que foi criticada a estratégia do Governo de transferir competências para as autarquias, sem lhes atribuir verbas proporcionais ao aumento dessas responsabilidades.

Situação que, defendeu, “agrava” ainda mais o que já considera uma "grande desigualdade" entre certos concelhos e coloca os prejudicados em situação de "asfixia financeira".

"Podem chamar-lhe uma taxa turística, mas isto trata-se é de uma taxa de dormida", defendeu.

E acrescentou: "Estão a taxar os portugueses que têm que dormir em Lisboa para tratar de assuntos que não podem resolver em mais lado nenhum e com isto estão a levar dinheiro de Portugal inteiro para uma cidade que já tem tudo", realçou.

Emídio Sousa disse que a referida taxa "só tem como objetivo beneficiar Lisboa".

Reconhecendo que a mesma situação se aplicará ao Porto a partir do dia 01 de março, afirmou: "Sou contra esta medida. Acho que não faz sentido".

A Câmara do Porto aprovou terça-feira, com a abstenção da CDU, a aplicação, a partir de 01 de março, de uma taxa turística de dois euros por dormida a todos os hóspedes com idade superior a 13 anos.

A taxa entra em vigor a 01 de março de 2018, não se aplicando às reservas comprovadamente efetuadas antes dessa data e é devida por noite, até um máximo de sete noites seguidas por pessoa, ou estada, independentemente de reserva (presencial, analógica ou via digital).

Aprovada em 2014, a Taxa Municipal Turística de Lisboa começou a ser aplicada em janeiro de 2016 sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo lisboetas) e estrangeiros nas unidades hoteleiras e de alojamento local, sendo cobrado um euro por noite até um máximo de sete euros.