As “reuniões do Infarmed” regressaram. Isto é o que ficámos a saber
Edição por António Moura dos Santos
Voltemos a 8 de julho deste ano. Na altura, Portugal já não atravessava a tempestade de incerteza de março e abril nem a aparente bonança que os meses de maio e junho trouxeram.
Por um lado, grande parte do país via a epidemia a começar a estabilizar. Por outro, mantinha-se a incerteza quanto aos surtos de Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa, que teimavam em não diminuir apesar do reforço ou manutenção de medidas mais duras.
Esses foram os temas que marcaram a “reunião do Infarmed” desse dia, nome dado aos encontros entre especialistas, políticos e parceiros sociais para partilhar informações quanto à Covid-19.
Tendo sido a 10.ª a realizar-se desde o início da pandemia, foi no final da mesma que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a data de conclusão para o primeiro estudo serológico feito no país, que Portugal não se encontrava perante uma segunda vaga (apesar dos números de Lisboa e Vale do Tejo) e que os comboios não eram um facto significativo para o contágio.
No entanto, a comunicação do chefe de Estado confirmou algo também que se temia: o fim das ditas reuniões do Infarmed. "Terminamos hoje uma experiência de vários meses, iniciada no final de março em pleno estado de emergência", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.
Considerando que o modelo utilizado já não servia os propósitos do país, o Presidente da República entendeu o fim destes encontros natural e inevitável, prevendo, porém, que outro formato pudesse existir no futuro. No mesmo sentido falou António Costa, que negou que as reuniões viessem a terminar, mas que, dada a estabilização da pandemia no país, não havia informação relevante e nova para partilhar.
A decisão de não se realizarem mais destes encontros durante um período indefinido, abrindo-se a porta ao seu possível fim, mereceu críticas de todo o espetro partidário — do PSD, CDS-PP e Chega até ao PCP e ao BE — mas, 61 dias depois, houve a confirmação de que as notícias da morte das reuniões do Infarmed foram manifestamente exageradas.
Com o aproximar do outono e, com ele, da época da gripe, do regresso às aulas e de muita gente aos seus locais de trabalho, regressou a necessidade de se partilhar informação para tomar decisões difíceis. Mudando a localização — passou de Lisboa para a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto — e o formato — as apresentações dos técnicos foram transmitidas pelos canais de televisão e por stream no Youtube —, o encontro chegou então à sua nova vida.
O sumo da reunião (as decisões a serem tomadas em concertação pelos vários intervenientes), esse não nos foi dado — apesar de, à entrada da reunião, António Costa ter logo dito que as medidas a tomar nunca poderiam significar uma "paralisação global da economia" —, mas as várias apresentações revelaram algumas informações a ter em conta:
No entanto, a reunião foi marcada não só pelo que foi tornado público, mas pelo que não era suposto ser tornado público. Na fase de discussão, a transmissão não foi interrompida e acabou por se ouvir a intervenção de Ferro Rodrigues, que disse não compreender como é que, nesta altura, ainda não se retiraram lições do que aconteceu nos lares — tema esse que passou em claro nas apresentações dos especialistas — numa primeira vaga da pandemia da Covid-19.
Pouco ou nada se soube, no final, sobre o que serão as medidas do estado de contingência que entrará em vigor a 15 de setembro. As novidades só serão dadas na quinta-feira. Esperemos, então.
Rússia. Bielorrússia e Turquia. São três exemplos atuais, entre vários outros, de perda do último pudor na aparência de regimes que respeitam a decência básica. O despotismo instala-se e afasta as esperanças que, apesar de sobressaltos, o final do século XX tinha deixado no mundo geopolítico. Continuar a ler
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À entrada para a reunião do Infarmed sobre a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal, o primeiro-ministro disse apontou para a necessidade de se reunirem os especialistas com o Governo dado não só aproximar do regresso às aulas e da atividade laboral, que vai "aumentar o risco de contágio", mas também perante a situação de aumento dos casos na Europa. No entanto, António Costa rejeitou que se regresse a um modelo de confinamento semelhante ao que ocorreu no início da pandemia.
Atualidade
Acompanhada pelo ministro da Educação, a ministra da Saúde disse hoje no final da reunião do Infarmed que o Governo está preparado para um regresso às aulas presenciais em segurança e que o país está também melhor equipado do há seis meses para enfrentar um eventual agravamento da Covid-19. Já Tiago Brandão Rodrigues disse ser "absolutamente primordial abrirmos as escolas" e indicou que, apesar do foco estar no estudo presencial, estão a ser preparadas alternativas para o estudo à distância.
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Uma infecciologista pediátrica defendeu hoje, com base num estudo realizado no Hospital Dona Estefânia, que nas crianças o novo coronavírus "não se transmite" como a gripe e que tal pode ser "reconfortante" para a decisão de reabertura das escolas.
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Depois das polémicas que levaram a agência pública responsável pelo financiamento de investigação científica em Portugal a desmentir atrasos no concurso deste ano, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia acabou por falhar o prazo legal para a divulgação dos resultados provisórios do concurso de doutoramentos de 2020, que terminou na quinta-feira. Os bolseiros criticam a instituição, que acusam de os deixar "com as vidas em suspenso".
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