“Hoje, às 9 horas, havia 660 mil portugueses que tinham descarregado a aplicação. É muito importante que cheguemos a números ainda superiores", disse José Manuel Mendonça, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência.

A aplicação móvel permite rastrear, de forma rápida e anónima e através da proximidade física entre 'smartphones', as redes de contágio por covid-19, informando os utilizadores que estiveram, nos últimos 14 dias, no mesmo espaço de alguém infetado com o novo coronavírus. A sua instalação é voluntária.

A apresentação de um dos responsáveis pela Stayaway COVID fez-se no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, perante especialistas, políticos e parceiros sociais reunidos para analisar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal.

Na sua intervenção, José Manuel Mendonça recordou que à necessidade de rastreamento somou-se o respeito dos direitos e liberdades de todos os cidadãos que utilizassem a aplicação, pelo que havia um conjunto de requisitos no seu desenvolvimento. Esta passava por trâmites como "adesão voluntária e não discriminatória, estrito cumprimento das leis de proteção de dados, anonimato, independência e separação de dados pessoais, certificação de segurança e desmantelamento automático por cessação da pandemia”.

Explicando como a aplicação funciona, o responsável tornou a garantir que "não há dados pessoais envolvidos", sendo que "há anonimato completo de quem é avisado de um potencial contacto perigoso". Não só "o infetado não sabe quem infetou" como a pessoa sinalizada "não sabe quem o avisou", ou seja "ninguém sabe qual é o infetado sem ser as autoridades de saúde”.

José Manuel Mendonça disse também que a Stayaway COVID não deve ser encarada meramente como uma app, mas sim como "sistema complexo" ou até "uma rede social" que é "muito simples e muito segura, mas para tal tem 15 mil linhas de código, que é público". O responsável lembrou que o protocolo informático foi desenvolvido pela “nata” dos cientistas de computação e de ciberssegurança das universidades europeias.