Para o diplomata cabo-verdiano, uma "análise muito pragmática" da evolução do continente africano leva a perceber que África está estagnado, pelo que "é preciso aprofundar as razões desta estagnação".

"É preciso aprofundar a razão efetiva ou identificar as razões mais evidentes dessa situação, ultrapassá-la e continuo a acreditar que a única forma de ultrapassar é investirmos na educação e na formação", disse hoje aos jornalistas.

Em declarações à margem do primeiro dia da Conferência Internacional Pensar África, que se iniciou em Luanda e decorre até quarta-feira, referiu que a colonização e exploração do continente teve efeitos positivos e negativos que têm reflexos nas decisões dos atuais governantes.

"O que é certo, historicamente, não temos uma história positiva quanto ao desenvolvimento da nossa população, particularmente da nossa juventude, procuramos muito seriamente de definir qual deve ser o caminho da nossa população e da nossa juventude", frisou.

"Contudo, encontramos dificuldades na definição das políticas mais essenciais quer a nível da educação, quer a nível da saúde, quer a nível da própria identidade o que tem trazido imensas dificuldades na consolidação das nossas sociedades", assumiu.

Segundo Jorge Figueiredo, a conferência, promovida pelo Mosaiko -- Instituto Angolano para a Cidadania, tem "significativa relevância" porque é possível discutir e encontrar "caminhos viáveis para a melhoria das condições de vida das populações" e para que a "juventude possa usar todos os meios para que se possa desenvolver", notou.

Questionado pela Lusa sobre os desafios urgentes do continente africano, o embaixador de Cabo Verde em Angola disse não serem difíceis de identificar, defendendo aposta na juventude e na sua formação para a cidadania.

"Um povo para se desenvolver tem que apostar na sua juventude, portanto a educação para a cidadania, para formar o jovem novo consciente, cidadão, são ações fundamentais para que o nosso continente possa mudar", defendeu.

"E, também, porque provavelmente darão ao continente uma nova geração de liderança provavelmente muito mais capaz para transformar a África no continente mais viável", concluiu Jorge Figueiredo.

O Mosaiko, organização não-governamental de promoção e defesa dos direitos humanos em Angola, realiza a conferência em parceria com o Centro de Estudos Africanos (CEA) da Universidade Católica de Angola.

A Conferência Internacional Pensar África celebra também os 25 anos do Mosaiko, instituição afeta à Igreja Católica angolana.

DYAS // VM

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