Num dia, o primeiro de dezembro, pequenas pegadas envoltas em farinha surgem pela casa. O culpado é um pequeno Elfo travesso, que acabou a trepar árvore de Natal acima. E deixa um recado: está ali atento aos miúdos, a pedido do Pai Natal.
Mas as tropelias continuam, uma por dia. Desarruma coisas, "estraga" a televisão, faz o pequeno-almoço e serve-o na casa de banho, pinta a cara aos mais pequenos durante a noite, espalha papel higiénico como decoração, entre tantas outras.
A tradição surgiu nos Estados Unidos da América há alguns anos e em 2024 chegou em força a Portugal, com alguns locais a comercializarem este boneco, como é o caso da Ale-Hop, da Zara Homem ou até do Continente. Nas redes sociais, são vários os exemplos das travessuras, que acontecem durante a noite e criam expectativa para a manhã seguinte.
Segundo o El País, esta prática, que já vinha a ganhar adeptos, tornou-se um verdadeiro fenómeno este ano, com buscas no Google a ultrapassarem as do Calendário do Advento. E até a Vogue fez uma produção especial com o boneco.
Porém, nem todos estão encantados com o pequeno Elfo: enquanto uns abraçam a tradição pela alegria das crianças, outros criticam-na como mais uma fonte de stress durante o período festivo. Afinal, são 24 dias a imaginar disparates e a concretizá-los de forma mais ou menos credível aos olhos dos mais novos.
The Elf on the Shelf — o original
Nos EUA, a Lumistella é a marca oficial que comercializa o boneco e está avaliada em mais de 100 milhões de dólares. A história "começou em 1974, quando um pequeno elfo chamado Fisbee chegou do Pólo Norte para visitar a casa de Bob e Carol Aebersold", explica a empresa no site.
"Fisbee vigiava os seus filhos — Chanda, Christa e Brandon — encontrando novos esconderijos na casa da família, depois de informar o Pai Natal todas as noites. Muitos anos mais tarde, Carol e Chanda co-escreveram e, em 2005, publicaram The Elf on the Shelf: Uma Tradição de Natal, o livro e a atividade mais vendidos que apresenta os amigos Elfos do Pai Natal, que visitam as suas famílias durante a época festiva e ajudam o Pai Natal a gerir a sua Lista dos Bons", é ainda referido.
Assim, "o Elf on the Shelf [Elfo na Prateleira, em tradução livre] não é apenas um elfo, é o único elfo que brinca às escondidas consigo, recebe magia quando é adotado e nomeado, reporta ao Pai Natal como parte do seu trabalho, oferece uma experiência de registo fantástica e faz parte de um mundo com outras personagens divertidas e místicas através do Santaverse", uma plataforma com atividades para as crianças e com ideias para os pais.
Além disso, são ainda apresentados vários argumentos para esta tradição: torna cada manhã mágica, cria laços familiares, inspira boas ações e sorrisos, oferece memórias que duram a vida toda e reacende a nostalgia com uma autenticidade saudável.
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