"Estamos novamente a enviar uma forte mensagem de que o monkeypox continua a ser uma grave emergência de saúde pública em África", disse hoje o diretor dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças em África (África CDC), John Kaseya, numa conferência de imprensa sobre a evolução da doença.
Dos países que registaram surtos no continente, 13 estão na "fase ativa", incluindo a República Democrática do Congo (RDCongo), país vizinho de Angola, que continua a ser o epicentro da epidemia.
A região centro-africana é, de facto, responsável por 85% das infeções e 99,2% das mortes, segundo o África CDC.
Entretanto, oito países encontram-se na chamada "fase controlada", incluindo quatro - África do Sul (nação vizinha de Moçambique), Gabão, Marrocos e Zimbabué - que não registaram novos casos nos últimos 90 dias.
Kaseya disse que, nos primeiros três meses de 2025, a agência de saúde pública da UA quer intensificar a resposta nos países "foco" do surto - RDCongo, Uganda e Burundi - com o destacamento de 80 epidemiologistas e 2.400 agentes comunitários de saúde adicionais.
Além disso, na sequência do abrandamento da vacinação contra a doença no início de dezembro, a Kaseya comunicou uma nova estratégia para acelerar a imunização que, em vez de dar prioridade aos contactos dos doentes, se centrará na vacinação em massa das comunidades nas zonas mais afetadas.
Enquanto três países começaram o processo de vacinação no ano passado - a RDCongo, o Ruanda e a Nigéria - a seis outros já lhes foram atribuídas doses, mas ainda não as receberam no seu território, e os restantes estão a aguardar a atribuição e o envio dos medicamentos.
A agência de saúde pública da UA declarou o mpox uma emergência de saúde pública continental em 13 de agosto e, no dia seguinte, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou um alerta sanitário internacional para a doença.
O alerta da OMS refere-se à rápida propagação e à elevada mortalidade em África da nova variante (clade Ib), da qual foram identificados vários casos fora do continente em pessoas que viajaram para zonas de África onde o vírus circula intensamente.
Na Europa, o caso mais recente confirmado foi em França, no início do ano, na capital da Bretanha, Rennes.
Esta variante difere da clade II, que causou um violento surto em África em 2022, bem como centenas de casos na Europa, na América do Norte e em países de outras regiões, e que já levou à declaração de uma emergência sanitária internacional entre 2022 e 2023.
O mpox é uma doença infecciosa que pode causar uma erupção cutânea dolorosa, gânglios linfáticos inchados, febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas e falta de energia.
NYC // ANP
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