"A aplicação da lei [do salário mínimo] vai obrigar empregadores e empregados a fazer ajustes. Cada empresa tem a sua maneira de sobreviver e precisa de tempo para se ajustar", afirmou Alex Lao, na conferência de imprensa de apresentação da 8.ª Exposição de Turismo (Indústria) de Macau.

O responsável acrescentou que Macau "não vai ter despedimentos em grande escala", ao comentar o despedimento de cerca de 200 funcionários de agências de viagens, noticiada na terça-feira pelos órgãos de comunicação social locais.

"Penso que a maior parte destes casos são pessoas que vão mudar de contrato", disse Lao, acrescentando que depois da entrada em vigor da nova lei serão feitos "novos contratos".

Em abril, a Assembleia Legislativa aprovou o alargamento do salário mínimo, deixando de fora trabalhadores domésticos e com deficiência. Até aqui, o salário mínimo só abrangia trabalhadores de limpeza e de segurança na atividade de administração predial.

A proposta de lei, que vai entrar em vigor em 01 de novembro, vai beneficiar mais de 20 mil trabalhadores, tendo sido fixado nos seguintes valores: 6.656 patacas/mês (762 euros); 1.536 patacas/semana (164 euros); 256 patacas/dia (27 euros); 32 patacas/hora (3,4 euros).

De acordo com a diretora dos Serviços de Turismo de Macau, Helena de Senna Fernandes, cinco agências de turismo fecharam na primeira metade do ano e 15 estão atualmente com atividade suspensa devido à falta de turistas no território.

Macau registou o primeiro caso de covid-19 no território a 22 de janeiro e, desde então, a economia, altamente dependente do turismo, encontra-se praticamente paralisada, quando nos primeiros nove meses do ano entraram em Macau 4.019.104 visitantes, menos 86,7%, comparativamente ao período homólogo de 2019.

A China voltou a emitir, depois da suspensão devido à covid-19, vistos individuais e de grupo para Macau em todo o país, a partir de 23 de setembro.

Macau registou 46 casos, mas atualmente não tem qualquer caso ativo.

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