O rei, de 75 anos, ainda em tratamento, optou simbolicamente por ir a um centro especializado em cancro, com a rainha Camila, de 76 anos.
O casal chegou num Bentley real ao centro Macmillan do University College Hospital ao final da manhã, para uma visita que durou cerca de quarenta minutos.
“Perguntei-lhe como estava e ele disse-me ‘estou bem'”, contou Asha Millen, de 60 anos, em tratamento a um cancro de medula óssea.
“Também tenho que fazer o meu tratamento esta tarde”, confidenciou o rei a Lesley Woodbridge, de 63 anos, presente para a sua sessão de quimioterapia.
Em passo lento, o rei apertou muitas mãos e conversou com cuidadores e doentes. Carlos III sentou-se ao lado de vários pacientes e segurou as suas mãos, aceitou flores dos filhos e deu-lhes um presente antes de partir com a rainha consorte.
Carlos III pretendeu, através deste primeiro compromisso público em três meses, aumentar a consciência sobre a importância do diagnóstico precoce.
“Sua Majestade fez todos os esforços para cumprimentar o maior número possível de funcionários e pacientes”, realçou o diretor do hospital, David Probert, após a “visita incrivelmente inspiradora”.
O Palácio de Buckingham tinha anunciado esta sexta-feira que Carlos III retomaria um determinado número de compromissos “cuidadosamente calibrados”, em sintonia com os médicos.
Os médicos que acompanham o processo estão “muito encorajados pelos progressos alcançados até agora e permanecem otimistas quanto à continuação da recuperação do rei”, frisou o palácio.
O rei e a rainha devem receber o imperador Naruhito do Japão e a sua esposa, a imperatriz Masako, em junho, em data não especificada, para uma visita de Estado a convite do governo britânico.
Outros compromissos possíveis, incluindo o desfile formal de aniversário do rei e as corridas de cavalos no Royal Ascot, estão sujeitos ao aconselhamento dos médicos, mais próximo da data.
Nove meses após a sua coroação, em maio de 2023, o palácio anunciou no início de fevereiro que Carlos III sofria de cancro, descoberto após uma operação à próstata em janeiro.
A sua natureza e estado de progresso nunca foram especificados, mas o anúncio da sua doença foi em si uma pequena revolução, quebrando o silêncio que cercava a saúde dos soberanos até então.
A aparição desta terça-feira dá a Carlos III outra oportunidade de aumentar a conscientização sobre os benefícios do diagnóstico e tratamento precoce do cancro e de outros problemas de saúde.
Ao contrário da maioria dos membros da realeza antes dele, o monarca optou por divulgar publicamente detalhes sobre a sua saúde, como quando tratou a próstata. A decisão aumentou a consciencialização sobre essas questões.
O Serviço Nacional de Saúde de Inglaterra revelou que o número de pessoas que procuram aconselhamento sobre problemas de próstata aumentou 11 vezes nas semanas após Carlos III ter anunciado que estava em tratamento.
O ano de 2024 tem sido particularmente difícil para a família real britânica. Além do rei, a princesa de Gales, Kate, também sofre de cancro, detetado após uma grande operação abdominal em janeiro.
A princesa de 42 anos, estrela da família real, anunciou a sua doença no dia 22 de março num vídeo comovente, e indicou que estava a fazer quimioterapia preventiva, sem especificar a natureza do cancro.
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