"Sim, entregámos tanques Leopard, como anunciado", declarou Scholz numa conferência de imprensa em Roterdão, nos Países Baixos, confirmando uma informação publicada pela revista semanal Der Spiegel, segundo a qual 18 tanques Leopard 2 foram entregues a Kiev.

Segundo a revista, os "últimos tanques deixaram a Alemanha no final da semana passada e foram já entregues" à Ucrânia.

Cerca de 40 veículos de combate de infantaria Marder foram igualmente entregues, acrescentou a Der Spiegel, precisando que o Governo de Olaf Scholz manteve "em segredo o itinerário" de entrega "por razões de segurança".

Depois de ter sido pressionado por todos os lados para enviar Leopard 2 para a Ucrânia, o sucessor de Angela Merkel no executivo alemão deu no final de janeiro 'luz verde' para o envio de tanques pela Alemanha, tendo o envio sido anunciado por Berlim para "fim de março, início de abril".

Soldados ucranianos receberam treino em bases alemãs para manejar tanques pesados de combate Leopard 2 do tipo 2A6.

Os Governos alemão e neerlandês realizaram hoje uma sessão conjunta na cidade portuária de Roterdão, no enorme armazém do museu de arte Boijmans Van Beuningen.

Scholz e o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, debateram o apoio militar à Ucrânia e a sua cooperação militar "única", que chegou mesmo à fusão de determinadas unidades dos respetivos exércitos.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 397.º dia, 8.401 civis mortos e 14.023 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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