No total, dez partidos e uma coligação iniciam hoje a campanha para as eleições legislativas de São Tomé e Príncipe: Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe / Partido Social Democrata (MLSTP/PSD); Ação Democrática Independente (ADI); Basta; Movimento Democrático Força da Mudança/União Liberal (MDFM/UL); União para a Democracia e Desenvolvimento (UDD); CID-STP, Movimento Unido para o Desenvolvimento Amplo (Muda); Partido Novo; Movimento Social Democrata/Partido Verde de São Tomé e Príncipe (MSD-PVSTP); Partido de Todos os Santomenses (PTOS) e a coligação Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista/Partido da Unidade Nacional.

O MLSTP/PSD, que lidera a coligação à frente do atual Governo são-tomense, apresenta como cabeça de lista no distrito de Água Grande (onde se situa a capital) e candidato à reeleição no cargo de primeiro-ministro o presidente do partido, Jorge Bom Jesus.

A ADI, maior partido da oposição, apresenta como candidato à chefia do Governo o presidente do partido e ex-primeiro-ministro (2014-2018), Patrice Trovoada, que é cabeça de lista no distrito de Lobata, apesar de não poder votar em São Tomé.

Patrice Trovoada mudou a sua residência eleitoral para Portugal, depois de ter saído de São Tomé e Príncipe em 2018, na sequência das eleições legislativas.

Uma vez que as autoridades são-tomense não realizaram a atualização do caderno eleitoral antes das eleições de 25 de setembro, o líder da oposição ficou impedido de mudar o local de votação para o distrito de Lobata, onde concorre como deputado.

O regresso de Patrice Trovoada ao país, após quatro anos de ausência, foi anunciado e tem gerado um intenso debate e especulação nas redes sociais, que já levou a ADI a emitir um comunicado a esclarecer que o líder do partido não chegará no primeiro dia de campanha.

No distrito de Lobata, está também o presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves que concorre pelo recém-criado Movimento Basta, que integra maioritariamente os dirigentes do partido de Convergência Democrática (PCD), e que se pretende afirmar como "uma terceira via" para contrariar a polarização entre MLSTP e ADI.

O dirigente abdicou de uma candidatura autónoma para se se incorporar neste movimento, que congrega vários militantes de outras forças políticas, incluindo o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e o ex-secretário-geral da ADI, Manuel Salvador dos Ramos e Levy Nazaré, respetivamente.

Hoje, o MLSTP arranca a campanha com uma iniciativa no distrito de Lobata (norte da ilha), enquanto a ADI escolheu Caué, no sul, para a primeira ação de campanha. O Basta agendou para domingo o arranque das ações de campanha.

Em disputa está a eleição de 55 deputados à Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, incluindo dois que pela primeira vez serão eleitos pelos círculos eleitorais da Europa e de África.

A ADI foi o partido mais votado nas eleições de 2018, elegendo 25 deputados, seguida pelo MLSTP/PSD, que conseguiu 23 assentos.

A coligação então formada pelo Partido da Convergência Democrática (PCD, segundo maior partido da oposição), pela UDD e pelo MDFM, foi a terceira formação mais votada, obtendo cinco mandatos. O Movimento de Cidadãos Independentes de São Tomé e Príncipe/Partido Socialista (MCI/PS) ocuparam dois lugares no parlamento.

MLSTP e a coligação PCD-UDD-MDFM formaram a chamada 'nova maioria' e constituíram governo, liderado por Jorge Bom Jesus.

No dia 25, também o governo regional do Príncipe vai a votos, concorrendo dois movimentos: União para a Mudança e Progresso do Príncipe (UMPP), liderado pelo atual presidente, Filipe Nascimento, e o Movimento Verde do Príncipe/MLSTP/PSD, encabeçado por Nestor Umbelina.

Os cerca de 123 mil eleitores são-tomenses são ainda chamados a escolher os presidentes das autarquias.

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Lusa/fim