"A província tem surtos de cólera nos distritos de Gurué, Gilé e Mocuba e até ontem, dia 05 de novembro, tínhamos um cumulativo de 499 doentes que precisaram de internamento. Não tivemos, felizmente, registo de óbitos nas unidades sanitárias", disse Óscar Hawad, diretor provincial de saúde na Zambézia, durante uma conferência de imprensa.

Segundo o responsável, do total de pessoas internadas, 300 estão em unidades de saúde de Gurué, distrito com o maior número de casos.

Óscar Hawad avançou que foram destacadas equipas de técnicos para apoiar o distrito de Gurué no maneio e seguimento dos casos, visando "o mais rápido possível estancar ou limitar a transmissão" da cólera, além de terem sido também criados centros de tratamento da doença na província.

O distrito de Gurué foi o mais afetado pela chuva torrencial que se fez sentir na última semana naquela província, causando cinco mortes e desabamento de casas, além de casos de diarreia aguda, avançou, na altura, a secretária de Estado.

As autoridades da Zambézia pedem que as comunidades reforcem as medidas de prevenção para travar o surto da cólera.

"Vamos ferver e purificar a água, lavar frequentemente os nossos alimentos antes de confecionar e acima de tudo lavar sempre as mãos", apelou Cristina Mafumo, secretária de Estado na Zambézia.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.

A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.

A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

Em maio, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença, apontando, já em outubro, Moçambique como um dos países de maior risco.

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