Os cinco mineiros, que morreram soterrados numa mina artesanal de ouro, que desabou na segunda-feira em Sussundenga (Manica), exploravam poços e túneis numa área "interdita e com solos movediços", afetados pela chuva provocada na última semana pela tempestade tropical Ana, disse Silva Manuel, diretor dos serviços de infraestruturas de Manica.

Das sete vítimas dois foram encontrados com vida e ferimentos ligeiros, acrescentou.

A área tinha as atividades interditas desde a semana passada, após um trabalho de monitorização das minas apontar para o risco de desabamento, e foi recomendado a retirada dos mineiros agrupados em cooperativa mineira, mas o grupo negligenciou e entrou de forma clandestina, continuou Silva Manuel.

"Nós temos feito restrições" anualmente nas áreas mineiras com deficiência de segurança, precisou Silva Manuel, assegurando que as associações mineiras têm treinamento para pratica segura e adequada da atividade mineira para reduzir os riscos de desabamentos.

"Agora é tempo chuvoso, os solos estão frágeis e movediços, então evita-se que os mineiros entrem em áreas que não estão em condições de segurança", disse o responsável, adiantando que equipes serão enviadas para áreas propensas para evitar novos acidentes.

A sinistralidade em minas artesanais é elevada devido à precariedade das explorações, agravada durante a época das chuvas, de outubro a abril.

Nas histórias trágicas do garimpo em Manica, consta a morte em massa de cerca de 100 garimpeiros, entre moçambicanos e zimbabueanos, vitimas de uma vaga de frio e péssimas condições de segurança numa das minas do distrito de Sussundenga.

Durante esta altura, é interdita a atividade em várias minas devido à movimentação dos solos.

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