O musical é protagonizado por Diogo Carvalho, e sublinhará "a forte ligação [de Amália Rodrigues] à cultura popular e a Lisboa", contando com a participação da Marcha do Castelo.

Diogo Carvalho vai ser acompanhado pelos músicos Pedro Ferreira, ao piano, Filipe Ferreira, no contrabaixo, e Ricardo Silva, na guitarra portuguesa.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a FAR afirma tratar-se de "um espetáculo que nos leva à descoberta de uma mulher fascinante e enigmática, dos seus sonhos, medos, ansiedades, da sua vida e das escolhas artísticas".

A FAR refere que "o guião deste projeto" teve o seu apoio e contou com a colaboração de Joana Machado e Mariana Gonçalves, investigadoras da fundação, e os figurinos são de formandos de Artes Cénicas do Centro de Formação Profissional do Artesanato.

O musical conta ainda com a colaboração de Marionetas -- Teatro e Bonecos, na realização de um máscara de Amália Rodrigues.

"Amália, Dona de Si -- O Musical" é "uma maneira de os portugueses recordarem não só a Amália artista como a Amália mulher, matando saudades da sua voz, presente no espetáculo, e da sua eterna figura que nos inspira e fascina com a sua vivência, energia e sentido de humor", adianta a fundação, que afirma ser "com muito orgulho" que apoia este espetáculo, "uma digna homenagem a uma das personalidades mais importantes da Cultura portuguesa", refere Vicente Rodrigues, presidente da Fundação Amália Rodrigues.

Diogo Carvalho fez a sua formação de ator no Master Anual da Academia Mundo das Artes (AMA) e esteve no elenco de algumas curtas-metragens, tendo-se estreado, em 2018, na telenovela "Valor da Vida" (TVI).

Amália Rodrigues (1920-1999) surgiu em 1939, no Retiro da Severa, em Lisboa, sendo logo convidada para fazer teatro de revista, onde trabalhou com o compositor Frederico Valério (1913-1982).

Em 1943, estreou-se internacionalmente em Madrid. No ano seguinte, atravessou o Atlântico para atuar no Brasil, tendo aí gravado os primeiros discos.

Ao longo de mais de 50 anos, atuou nos mais prestigiados palcos internacionais, do Teatro Sistina, em Roma, ao Lincoln Center, em Nova Iorque, passando pelo Hollywood Bowl, em Los Angeles, o Olympia, em Paris, o Concertgebouw, em Amesterdão, pela Sala Tchaikovsky, em Moscovo, e pelo Sankei Hall, em Tóquio, entre outros.

Amália Rodrigues atuou várias vezes no Coliseu dos Recreios, nomeadamente nas grandes noites do fado, concurso organizado pela Casa da Imprensa.

Em julho de 1974, nesta sala da rua das Portas de St.º Antão, Amália participou no espetáculo "Somos a Canção que Somos".

Em 1985, apresentou-se pela primeira vez a solo, no Coliseu de Lisboa, a que se seguiram dois espetáculos, em abril de 1987, gravados em disco, e, depois, a celebração dos seus 50 anos de carreira, em 1990.

Entre outras atuações de Amália no Coliseu, conta-se ainda o concerto de 1994, no âmbito da iniciativa Lisboa - Capital Europeia da Cultura.

Amália, desde a sua estreia até ao seu discreto recolhimento, na década de 1990, na sua casa da rua de S. Bento, em Lisboa, teve sempre pessoas que a seguiam e "a idolatraram".

"As cartas nunca pararam de chegar a São Bento", recordou anos mais tarde, à Lusa, a sua secretária e amiga, Estrela Carvas.

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