"Durante a campanha, de vez em quando, a linguagem ultrapassa o foco no programa e passa para comentários diretos sobre pessoas. Apelamos novamente aos partidos para que falem mais sobre o programa", disse o presidente da CNE.

Em conferência de imprensa de balanço dos primeiros dias da campanha, que começou a 19 de abril, José Belo disse que, em termos gerais, tudo tem estado "a decorrer bem, sem grandes problemas".

Ainda assim referiu-se a pequenos incidentes que envolveram militantes do Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), "atacados por pessoas desconhecidas" em zonas como Viqueque (sudeste) e Baucau (leste), explicando que os casos estão a ser investigados pela Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e pelo Ministério Público (MP).

Num dos casos, vários militantes do CNRT foram feridos e noutro um agente da PNTL foi ferido.

"As questões administrativas, a CNE resolve. Em caso de crimes os assuntos são participados à PNTL e ao MP para investigação", referiu Belo.

"Apelamos aos líderes para falarem do programa, não atacarem líderes partidários. Apelamos à calma, à tranquilidade, sem confrontos nem insultos. Os 17 partidos têm que educar e acalmar os seus militantes, para respeitarem regulamento e leis e evitar problemas", afirmou.

Belo criticou igualmente o facto de estarem a aparecer alegados membros de uma força política no palco de outros partidos, algo que não está permitido.

"Pessoas que usam camisolas de um partido, mas não são desse partido, não podem estar em comícios a falar com esses atributos. Em Baucau, por exemplo, uma pessoa do PLP [Partido Libertação Popular], que já não faz parte do partido, usou atributos do partido e esteve a falar num palco do CNRT. Isso contraria os princípios e a lei", referiu.

Relativamente à reta final da campanha, Belo referiu-se ao facto de que pelos menos três partidos -- CNRT, Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) e PLP -- pretendiam encerrar a campanha no recinto de Tasi Tolu, em Díli, no dia 18 de maio.

A plenária da CNE, explicou, deliberou que "o PLP encerra no dia 17 em Tasi Tolu, o CNRT no dia 18 e que a Fretilin pode escolher entre 15 ou 16 de maio".

José Belo rejeitou igualmente um pedido do secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, para que organizasse um debate com o líder do CNRT, Xanana Gusmão, afirmando que a instituição trata todos os partidos de forma igual.

Um total de 890.145 eleitores timorenses estão inscritos para eleger os 65 deputados do Parlamento Nacional.

O número de eleitores recenseados cresceu 5,79% desde as eleições presidenciais do ano passado, com o recenseamento na diáspora a quase duplicar, segundo dados atualizados do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral.

Nas eleições legislativas de 21 de maio, estarão a funcionar um total de 1.472 centros de votação e 1.850 estações de voto, no país e na diáspora.

 

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