
"Por parte das Forças Armadas, temos cumprido a 100% o cessar-fogo bilateral nacional. Até ao momento, temos seis alegadas violações por parte do ELN, que serão apuradas pelo mecanismo de monitorização e verificação", destacou o general Helder Giraldo, em declarações aos jornalistas.
Giraldo, que falava à margem das comemorações do primeiro ano do governo do Presidente colombiano Gustavo Petro, acrescentou que estas alegadas violações serão apresentadas ao Mecanismo de Supervisão, Acompanhamento e Verificação, do qual a ONU faz parte.
Em reação, o ELN apelou ao "respeito estrito" dos protocolos de comunicação.
"Se o acordo não for respeitado em questões tão delicadas como a comunicação, a confiança entre as partes e das comunidades no processo é colocada em risco e são gerados alarmes injustificados", frisou a delegação de diálogos do ELN, em comunicado.
O grupo de guerrilha acrescentou que "o cessar-fogo não é monitorizado na comunicação social e gerar alarmes com manchetes não é prudente neste início do cessar-fogo".
O cessar-fogo bilateral começou na quinta-feira e será o mais longo alguma vez acordado com este poderoso grupo guerrilheiro na Colômbia, uma vez que terá a duração de 180 dias.
A medida, acordada a 09 de junho, implica a cessação de todas as operações ofensivas contra a outra parte e a proibição de qualquer ação contrária ao Direito Internacional Humanitário (DIH).
No entanto, o recrutamento de menores não está especificado no acordo, o que deixa desprotegidos os jovens com mais de 15 anos, que poderão ser recrutados pelo ELN, o que foi criticado sexta-feira pela diretora da Save The Children na Colômbia, María Paula Martínez.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, felicitou na semana passada o governo da Colômbia e o grupo de guerrilha pelo acordo alcançado.
Guterres elogiou o governo colombiano porque "os seus contínuos esforços para expandir a paz estão a avançar" e pediu que a comunidade internacional apoie as diversas negociações de paz abertas no país, algo que até agora está a conseguir, uma vez que esse processo de paz é atualmente um dos poucos temas que suscitam o apoio unânime na ONU, incluindo de países como a Rússia e a China.
Além disso, Guterres reiterou o apoio que a ONU oferece desde o primeiro momento a todo o processo de paz na Colômbia, e que teve na quarta-feira uma nova manifestação, ao conseguir que o governo do Presidente Gustavo Petro e o ELN acordassem dar à Missão de Monitorização das Nações Unidas poderes para supervisionar o cessar-fogo.
A decisão autoriza ao reforço da missão que as Nações Unidas já têm no país com mais 68 observadores internacionais e pessoal de acompanhamento civil necessário para cumprir estas novas tarefas.
DMC (ANC/JSD) // PDF
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