O anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Gérald Darmanin, durante um debate sobre a imigração na Assembleia Nacional, no qual disse que essas pessoas serão levadas para os seus países de origem "quando o seu estado de saúde o permitir".

O Governo foi de novo atacado na sessão parlamentar pela União Nacional (RN), de extrema-direita, por ter permitido o desembarque destes migrantes, que o Governo italiano rejeitou.

A deputada Laura Lavalette acusou o executivo de ter uma política de "acolher e distribuir" os imigrantes, uma medida que "favorece a clandestinidade", enquanto o RN propõe "ajuda e regresso".

"Os traficantes de seres humanos ganharam", insistiu a deputada, que lamentou que o Governo não faça "nada" para redirecionar a situação, na qual, segundo ela, as máfias e os barcos de migrantes colidem com navios humanitários no Mediterrâneo.

O ministro respondeu insistindo que a decisão de acolher o navio, na passada sexta-feira, no porto militar de Toulon (sudeste), foi por razões "humanitárias".

"Mostrámos humanismo, enquanto (a deputada) faz politização", recriminou o ministro, que perguntou a Lavalette: "Teria deixado 57 crianças morrer?"

A França já tinha anunciado que apenas permaneceriam no país os resgatados pelo Ocean Viking legalmente em condições de pedir asilo, e que o resto seria devolvido aos seus países de origem.

Onze países europeus concordaram com a França em acolher dois terços dos que podiam ficar, o que Paris destacou como uma demonstração de "solidariedade" em contraste com a política do governo italiano, presidido pela líder de extrema-direita Giorgia Meloni.

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