"Esta capitalização visa servir de alavanca para um significativo aumento da concessão de créditos até 2022, apoiar a modernização das infraestruturas do banco e elevar as capacidades dos recursos humanos de forma a aumentar o número de clientes, melhorar a qualidade dos serviços prestado e ser o principal banco comercial do país", explica o Governo.

Sara Brites, vice-ministra das Finanças, disse à Lusa que o BNCTL -- que tem atualmente um capital de 47 milhões de dólares, solicitou o aumento de capital "até 150 milhões", valor que o executivo não pode nesta altura atingir.

A governante explicou à Lusa que os OGE de 2020 e de 2021 têm previsto a injeção de cinco milhões de dólares por ano.

"Devido à situação da covid-19, há muitas prioridades e medidas a ser implementadas, não se pode atingir os 150 milhões para o BNCTL", frisou.

Ainda assim, explicou, no âmbito das medidas de resposta aos efeitos da pandemia da covid-19, o Governo tem previsto injetar em todo o sistema financeiro timorense cerca de 36 milhões de dólares este ano "para que possa dar créditos a juros mais baixos".

"Por isso não conseguimos alocar uma quantia maior ao BNCTL para o capital, que queremos aumentar progressivamente", disse.

"O importante agora é também esse apoio ao setor privado com créditos com juros mais baixos", sublinhou.

O Governo refere que os responsáveis do BNCTL "apontam para um retorno de 50% do valor injetado pelo Estado".

Sara Brites explicou ainda que o teto de gastos do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2021, fixado hoje em Conselho de Ministros no valor de 1,6 mil milhões de dólares (1,35 mil milhões de euros) é "o ponto de partida".

"Não é ainda o valor final. Vamos distribuir os envelopes aos vários ministérios que vão preparar os seus orçamentos e depois, com base nessas propostas, e como ocorre normalmente, o comité de revisão orçamental, fixará o valor final que ainda pode subir", disse.

Durante a reunião de hoje foi ainda apresentada uma análise comparativa com os restantes bancos a operar em Timor-Leste, evolução do crescimento dos depósitos e dos créditos, de 2011 até à presente data e o plano estratégico até 2022.

Sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, o BNCTL tem o Estado como acionista único e tem por objeto a "prestação de serviços bancários e financeiros com o fim de reduzir a pobreza e favorecer o desenvolvimento das atividades económicas em todo o território nacional".

Dar acesso a serviços financeiros à população e às micro, pequenas e médias empresas, tanto nas áreas urbanas como nas áreas rurais, é outro dos objetivos da instituição.

No primeiro trimestre e segundo os balanços consolidados das entidades bancárias que operam em Timor-Leste, obtidos pela Lusa, o BNCTL registou a maior queda de depósitos no sistema, com uma descida de 13 por cento para cerca de 110 milhões de dólares (97,33 milhões de euros).

No que se refere ao crédito, o BNCTL mantinha a maior quota de mercado de 38,1%.

 

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