O secretário para o Comércio e Desenvolvimento Económico, Algernon Yau, condenou num programa de rádio a imposição de uma tarifa adicional de 10% sobre as importações do território, classificando a medida de irracional.
"É um desrespeito pelo estatuto da região enquanto membro da OMC e território aduaneiro autónomo", afirmou.
"Washington cometeu um erro significativo ao impor estas tarifas", advertiu, instando a Casa Branca a "abordar a decisão com prudência".
O secretário referiu que, durante a última década, os Estados Unidos registaram um excedente comercial de mais de 270 mil milhões de dólares (260 mil milhões de euros) com Hong Kong, sublinhando os benefícios do comércio bilateral.
Além disso, referiu que as exportações da antiga colónia britânica para o país representam apenas 0,1% do total, o que sugere um impacto limitado dos novos direitos aduaneiros.
Yau notou que, nos últimos anos, Hong Kong diversificou os seus mercados, como Médio Oriente, Sudeste Asiático e Europa Central, para mitigar "as repercussões da geopolítica", permitindo que as empresas locais ajustem as estratégias de exportação.
Por último, destacou a resiliência do setor empresarial da região administrativa especial, que dispõe de câmaras de comércio preparadas para enfrentar os desafios que surgem neste contexto.
A China levou os direitos aduaneiros dos Estados Unidos à OMC e ambas as partes têm agora a possibilidade de resolver o litígio através de negociações bilaterais nos próximos 60 dias.
Após este período, as partes têm o direito de solicitar à OMC a formação de um painel para resolver o litígio comercial. No entanto, a decisão desse comité pode demorar meses ou mesmo anos, caso uma das partes venha a recorrer da mesma.
Na terça-feira, Pequim anunciou a aplicação de direitos aduaneiros de 10 a 15% sobre determinados produtos norte-americanos, em retaliação aos direitos aduaneiros impostos pelos Estados Unidos à importação de produtos chineses.
A China anunciou ainda novos controlos de exportação de minerais essenciais e lançou uma investigação por práticas de monopólio contra o gigante tecnológico norte-americano Google.
APL // CAD
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