Durante um conselho de ministros exibido ao vivo, o presidente afirmou que "a cocaína é ilegal porque é produzida na América Latina, não porque é pior que o whisky".
"Os cientistas analisam. A cocaína não é pior que o whisky", frisou. "Se alguém quer paz, deve desmantelar o negócio (do narcotráfico)", acrescentou o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia. "Poderia ser facilmente desmantelado se legalizassem a cocaína no mundo. Seria vendida como os vinhos".
Segundo Petro, o fentanil "está a matar" os americanos "e isso não é produzido na Colômbia", em referência ao opioide sintético que provoca pelo menos 75.000 mortes por ano nos Estados Unidos, segundo dados oficiais.
"O fentanil apareceu como uma droga de farmácia das multinacionais americanas e aqueles que o consumiam tornaram-se viciados", acrescentou.
O tema das drogas foi um dos vários abordados pelo chefe de Estado durante a reunião ministerial de seis horas, que pela primeira vez foi transmitida ao vivo e sem aviso prévio, na qual parte do seu gabinete revelou as fissuras no governo.
Alguns funcionários queixaram-se pela presença no governo da chanceler Laura Sarabia e do chefe de gabinete Armando Benedetti, nomeados recentemente, pelo meio de investigações e disputas políticas.
Após o conselho de ministros, na quarta-feira, foram anunciadas as renúncias de Jorge Rojas, chefe do DAPRE, entidade que executa grandes orçamentos do Estado, e do ministro da Cultura, Juan David Correa, entre outras demissões protocolares.
Desde que chegou ao poder, em 2022, Petro tenta negociar acordos de paz com todos os grupos armados que se alimentam do narcotráfico, com o objetivo de acabar com seis décadas de conflito.
A Colômbia é o maior exportador de cocaína do mundo. Segundo um relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a produção da substância no país sul-americano aumentou 53% em 2023 e chegou a 2.600 toneladas.
A produção colombiana de cocaína cresce desde 2014, apesar da perseguição ao narcotráfico ao longo de cinco décadas com a ajuda bilionária dos Estados Unidos, o maior consumidor da substância no mundo.
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