A 15 de março, as autoridades norte-americanas expulsaram mais de 200 venezuelanos para El Salvador, incluindo mais de 100 por alegada filiação no gangue venezuelano 'Tren de Aragua', ao abrigo da lei de "estrangeiros inimigos", de 1798, anteriormente utilizada apenas em tempo de guerra.

Desde então, os migrantes estão encarcerados numa prisão de alta segurança em El Salvador, conhecida pelas duras condições de detenção, sem acesso ao mundo exterior.

A lista dos afetados não foi publicada nem pelos Estados Unidos nem por El Salvador.

"Estes desaparecimentos forçados são uma grave violação do Direito internacional", afirmou a diretora da Human Rights Watch para as Américas, Juanita Goebertus, num comunicado da organização não-governamental (ONG) hoje divulgado.

A ONG pede aos Estados Unidos que publique a lista dos venezuelanos deportados para El Salvador a 15 de março e que as autoridades salvadorenhas "confirmem a sua localização atual, revelem se existe base legal para os deter e lhes permitam entrar em contacto com o exterior".

A secretária da Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, que visitou a prisão no final de março, disse na quarta-feira que acredita que "as pessoas que lá estão pertencem àquele lugar e devem permanecer lá para o resto das suas vidas".

Em fevereiro, o Departamento de Estado norte-americano classificou oito cartéis latino-americanos, incluindo o 'Tren de Aragua', como organizações terroristas, uma designação que alarga o âmbito das ações disponíveis para as autoridades combaterem o crime organizado.

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