Segundo o órgão de estatísticas do Governo brasileiro, em agosto pesaram mais no bolso dos brasileiros o preço da gasolina, que subiu pelo terceiro mês seguido, e dos alimentos, que chegaram a registar certa estabilidade em julho, mas voltaram a subir em agosto.

Pedro Kislanov, diretor de pesquisa do IBGE, destacou que o item de maior peso do total da inflação registada em agosto foi a gasolina cujo preço saltou 3,22% e fez com que os transportes registassem uma subida de 0,82%.

"A segunda maior contribuição veio do grupo alimentação e bebidas no qual os preços subiram (0,78%)", frisou.

Os alimentos têm peso de 20,05% índice de inflação do país. Neste grupo, a categoria alimentos para consumo no domicílio registou uma alta de 1,15% em agosto.

Os principais itens que influenciaram essa elevação foram o tomate (12,98%), o óleo de soja (9,48%), o leite longa vida (4,84%), as frutas (3,37%) e as carnes (3,33%).

"O arroz (3,08% em agosto) acumula alta de 19,25% no ano e o feijão, dependendo do tipo e da região, já tem inflação acima dos 30%. O feijão preto, muito consumido no Rio de Janeiro, acumula alta de 28,92% no ano e o feijão carioca, de 12,12%", destacou Kislanov.

O Governo brasileiro previa inflação de 4% para este ano, mas as projeções foram alteradas devido ao impacto da crise provocada pelo novo coronavírus, que reduziu o consumo a mínimas históricas e conteve os aumentos de preços.

Pelos cálculos de analistas do mercado financeiro consultados pelo Ministério da Economia, a inflação no Brasil deve ficar abaixo de 2% neste ano, devido à paralisação das atividades produtivas entre abril e junho, período em que medidas restritivas foram adotadas no país para conter a pandemia.

Também como consequência da crise sanitária, o Brasil já entrou em situação de "recessão técnica", após seu Produto Interno Bruto (PIB) cair 9,7% no segundo trimestre do ano em relação ao primeiro trimestre.

CYR // PJA

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