"Concordámos que o Irão não terá armas nucleares. Isto pode ser conseguido através de um acordo, mas apenas se for um acordo ao estilo da Líbia: que entremos, destruamos as instalações, desmontemos todo o equipamento, sob supervisão e execução americanas", declarou Netanyahu numa mensagem vídeo, um dia depois de se ter reunido com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington.

A segunda alternativa coloca-se caso os dirigentes iranianos "simplesmente prolonguem as discussões, e então a opção militar torna-se na única escolha", prosseguiu o chefe do Governo israelita no vídeo, gravado antes de embarcar para o seu regresso a Jerusalém.

As conversações sobre o programa nuclear iraniano vão iniciar-se no sábado, com Omã como mediador, anunciou Teerão na segunda-feira à noite, pouco depois de o Presidente norte-americano ter afirmado que as negociações seriam diretas.

O chefe da diplomacia do Irão, Abbas Araqchi, defendeu hoje que o importante nas negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano é que sejam eficazes, e não se são diretas ou indiretas.

Araqchi anunciou que irá liderar a delegação iraniana e que a delegação norte-americana será chefiada pelo enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff.

O ministro iraniano insistiu que o importante é que exista uma "vontade real da outra parte" de chegar a um acordo, referindo-se aos Estados Unidos, e que uma negociação indireta "pode garantir uma conversa real e eficaz".

Disse ainda que o principal objetivo iraniano é o levantamento das sanções económicas dos Estados Unidos.

Durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear com o Irão em 2018, três anos depois de ter sido alcançado pela administração de Barack Obama.

O acordo envolvia também a China, a França, a Rússia, o Reino Unido e a Alemanha e limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções económicas.

Com a saída do acordo, Trump restabeleceu as sanções contra a República Islâmica.

O Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980, mas trocam informações indiretamente através da embaixada suíça em Teerão, que representa os interesses norte-americanos.

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