A decisão de prolongar, pela terceira vez, os controlos fronteiriços temporários instituídos em outubro de 2023 na fronteira com a vizinha Eslovénia, considerada a principal porta de entrada da chamada 'rota dos Balcãs', e que expiravam em dezembro próximo, foi anunciada pelo ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, depois de conversas telefónicas com os seus homólogos esloveno, Bostjan Poklukar, e croata, Davor Bozinovic, na segunda-feira.
"Dada a dinâmica persistente de instabilidade no atual cenário internacional, partilhámos com os nossos colegas a preocupação com os riscos de infiltração de terroristas nos fluxos migratórios ao longo da rota dos Balcãs. Nesta perspetiva, salientei também a importância dos controlos fronteiriços para os aspetos de segurança relacionados com o Jubileu de 2025", lê-se numa nota publicada no sítio oficial do Ministério do Interior.
O ministro italiano garantiu que "os métodos de controlo serão aplicados, como sempre, de forma a causar o menor incómodo possível aos cidadãos dos três países", todos eles Estados-membros da União Europeia e do espaço Schengen de livre circulação.
As autoridades italianas decidiram reintroduzir controlos na fronteira com a Eslovénia -- suspendendo assim as regras de livre circulação -- em outubro de 2023, como resposta ao que classificou como uma "intensificação dos focos de crise nas fronteiras da Europa, nomeadamente após o ataque do Hamas a Israel", e já antecipando questões de segurança por presidir durante o corrente ano de 2024 ao G7.
Em 2025, a grande preocupação das autoridades italianas em matéria de segurança, invocada pelo Governo para este novo prolongamento dos controlos nas fronteiras, prende-se com a celebração do Jubileu, a festa religiosa organizada a cada 25 anos pelo Vaticano em Roma, que terá início a 24 de dezembro, esperando-se que ao longo do próximo ano cerca de 30 milhões de peregrinos visitem a capital italiana.
Os controlos nas fronteiras internas não são, em princípio, autorizados no espaço Schengen, mas são possíveis enquanto medidas temporárias de segurança nacional, e atualmente são vários os Estados-membros que os praticam, casos de Alemanha, Áustria, Dinamarca, Suécia e a própria Eslovénia, que estabeleceu também controlos na fronteira com a Croácia e também Hungria, alegando riscos associados com "o aumento da instabilidade no Médio Oriente, a agressão da Rússia na Ucrânia, criminalidade organizada e ameaças terroristas generalizadas".
ACC // APN
Lusa/Fim
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