Num comunicado, o Livre disse que o processo arrancou na sexta-feira, de acordo com decisão tomada na 119.ª Assembleia, o órgão máximo do partido, que decorreu na quarta-feira, e "na sequência da aprovação do novo regulamento de primárias".

As primárias terão duas rondas, com a primeira a receber candidaturas até 25 de fevereiro e a campanha entre candidatos a decorrer no início de março, acrescentou o Livre.

Os primeiras resultados serão conhecidos entre 17 e 24 de março, definindo os candidatos que vão representar o partido nas eleições autárquicas em outubro.

No final de janeiro, o Livre aprvou um novo regulamento de primárias, na sequência da escolha de Francisco Paupério para cabeça de lista nas eleições europeias, que motivou um grupo de trabalho para alterar as regras deste processo utilizado pelo Livre para escolher candidatos.

De acordo com o novo texto, as pessoas inscritas para votar, que não sejam membros ou apoiantes do Livre -- as duas formas de militância do partido -- votam apenas na primeira volta no caso de primárias com duas voltas, e na volta única nos casos em que não há segunda volta.

Outra das alterações estabelece que a soma das pontuações atribuídas a cada candidatura por cidadãos externos ao partido "não pode exceder 50% a soma das pontuações de todos os membros e apoiantes do Livre nessa candidatura".

No caso de eleições autárquicas ou regionais, os votos de membros e apoiantes pertencentes a um círculo eleitoral terão também maior peso, sendo multiplicadas por dois face aos restantes.

O novo regulamento estipula ainda que nas primárias do Livre podem votar, além de membros e apoiantes, qualquer pessoa maior de 16 anos, que tem agora de passar a subscrever um "manifesto público de apoio" ao partido.

Na eleição de Francisco Paupério, a comissão eleitoral considerou que o candidato tinha registado um "número excessivo" de "votos únicos", ou seja, muitos boletins que apenas continham o seu nome.

O sistema de primárias do Livre funciona de acordo com a atribuição de pontos. Cada eleitor exprime a sua preferência pelas candidaturas apresentadas ordenando um máximo de seis nomes, significando o número 1 a maior preferência e 6 a menor preferência.

Apesar de estabelecer que a ordenação do número máximo de candidaturas "é facultativa", o novo regulamento estipula que quem não o fizer vê a atribuição de pontos alterada.

No ano passado, Francisco Paupério venceu as primárias com uma quantidade significativa de votos únicos de não militantes do partido, o que levou a comissão eleitoral a levantar dúvidas sobre uma eventual "viciação de resultados".

 

VQ (ARL) // VQ

Lusa/Fim