Quando "ficam coisas para a última hora, só há uma maneira de pôr de pé: é recorrer a formas expeditas de contratação", afirmou hoje o Presidente da República, considerando que se assim não for a JMJ não ficaria pronta.

Questionado sobre as polémicas em torno dos ajustes diretos no âmbito da JMJ, Marcelo Rebelo de Sousa disse ser "muito difícil pôr de pé umas jornadas, sobretudo depois da pandemia, porque houve de repente um adiamento que parou tudo em geral, no Mundo, na Europa e em Portugal".

Lembrando que "pelo meio houve mudanças na liderança da Câmara de Lisboa", o Presidente da República admitiu que "houve um arranque muito em cima do acontecimento", levando a que tenham ficado "coisas para a última hora".

Em declarações aos jornalistas em Vila Viçosa, no distrito Évora, Marcelo lembrou que "a maior parte dos ajustes diretos" foram alegadamente nos últimos meses" e reconheceu que o ideal seria que as adjudicações fossem feitas "com mais tempo, noutras circunstâncias".

Ainda assim, disse acreditar que terão sido cumpridos "os limites legais".

Marcelo respondeu ainda às críticas sobre o investimento do Estado na JMJ e reiterou que "se é importante verdadeiramente para a projeção universal de Portugal e nomeadamente para o turismo, se tem o eco que aparentemente vai ter" com a vinda de mais de um milhão de peregrinos para todo o país", esse investimento pode ser entendido como "uma grande campanha de marketing para Portugal".

A adjudicação direta de contratos no âmbito da JMJ tem sido criticada por várias forças políticas, mas a ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, assegurou no sábado que o Governo cumpriu "à risca a legalidade" no que respeita aos ajustes diretos.

O Governo e os municípios de Lisboa e Loures já assinaram contratos num total de 36,6 milhões de euros para a realização da JMJ, representando 49% do gasto previsto pelas três entidades.

Dos 73 contratos adjudicados pela capital, 67 foram realizados através de ajuste direto e, no caso de Loures, de 32, 30 foram adjudicados com este sistema. No que toca ao Estado, recorreu ao ajuste direto para 27 de um total de 30 contratos, segundo os dados consultados pela agência Lusa no Portal Base da Contratação Pública.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, que vai decorrer entre 01 e 06 e agosto, com o Papa Francisco.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.

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