"Não tenho a mesma confiança em 40 anos de sustentabilidade, porque não é isso que resulta desse estudo [Livro Verde para a Segurança Social], como a senhora deputada muito bem sabe", afirmou Maria do Rosário Palma Ramalho no parlamento, durante o segundo dia do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2025.
A governante respondia a um pedido de esclarecimento da deputada do PS Ana Paula Bernardo, que defendeu que o Orçamento do Estado para 2025 é "sustentado por um legado do PS, de contas públicas estáveis, excedentes orçamentais, um mercado dinâmico, com um elevado nível de emprego, mais salários e, consequentemente, com contas da segurança Social fortes e sustentáveis".
"É por isso que é hoje possível ter uma Segurança Social que ganhou 40 anos de sustentabilidade. (...) É hoje possível dizer aos jovens que este é um sistema de Segurança Social com futuro e que este é também o seu sistema de Segurança Social", afirmou a deputada socialista.
No entanto, Ana Paula Bernardo disse que é preciso que a sustentabilidade da Segurança Social continue a ser uma prioridade para o Governo, e disse que tem visto "sinais preocupantes" no que se refere a apelos para mexer na Taxa Social Única (TSU), ou o facto de o emprego não ter crescido como se esperava.
"Em vez de um crescimento de 1,4% do emprego, teremos um crescimento substancialmente inferior, são menos 200 mil postos de trabalho. Portanto, menos emprego, menos salário, menos contribuições. Quanto é que vai custar à Segurança Social este incumprimento de promessas?", perguntou.
Na resposta a esta intervenção, a governante disse que a sustentabilidade da Segurança Social "obviamente que é uma preocupação" e disse esperar pelo "contributo dos senhores deputados também para essa reflexão", salientando que a Assembleia da República foi um dos primeiros sítios para onde o Governo enviou o Livro Verde para a Segurança Social.
TA // SF
Lusa/Fim
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