De acordo com o portal de notícias Klan Kosova, o chefe da EULEX, Lars-Gunnar Wigemark, disse que sete países da União Europeia (UE) estão a avaliar o envio de mais agentes policiais para a missão.
A Itália anunciou na segunda-feira o envio de mais efetivos para o Kosovo.
"São 23 'gendarmes' [elementos de uma força policial militarizada] italianos e já estamos à espera de efetivos de pelo menos outros dois países. Sete Estados da UE estão dispostos a contribuir para a unidade [policial]", disse Wigemark, sem fornecer mais detalhes.
O responsável frisou que o aumento do número de efetivos internacionais ocorre após o pedido da polícia e do Ministério do Interior do Kosovo para um reforço da supervisão, sobretudo no norte do país.
Mesmo assim, segundo acrescentou Lars-Gunnar Wigemark, a situação na região está neste momento calma.
A nova crise foi desencadeada por um ultimato de Pristina aos sérvios kosovares para que mudem as matrículas sérvias dos veículos pelas matrículas oficiais do Kosovo.
Os sérvios do Kosovo recusam alterar as matrículas dos automóveis, acusando as autoridades de Pristina de atentar contra direitos adquiridos.
Por outro lado, os sérvios kosovares exigem que Pristina forme a associação dos municípios sérvios do Kosovo que prevê mais autonomia à minoria dos cidadãos de origem sérvia, tratando-se de um dos pontos mais importantes do acordo alcançado em 2013, sob os auspícios da UE.
No passado fim de semana, os representantes dos sérvios, minoria que se concentra no norte do Kosovo, abandonaram os cargos que ocupavam no corpo da polícia e de outras instituições estatais em protesto contra as posições de Pristina.
De acordo com a imprensa kosovar, o embaixador dos Estados Unidos em Pristina, Jeffery Hovenier, pediu, na quarta-feira, ao Governo do Kosovo para iniciar o mais rápido possível o processo de criação da associação dos municípios sérvios.
"A proposta deve estar sobre a mesa", disse Hovenier, que também voltou a exigir uma extensão de dez meses no prazo para a mudança das matrículas.
O Governo do Kosovo, liderado pelo ultranacionalista Albin Kurti, iniciou no passado dia 01 de novembro o processo de mudança das matrículas automóveis, apesar dos vários pedidos internacionais, nomeadamente por parte da UE e dos Estados Unidos, para a prorrogação do processo, de forma a evitar tensões e criar espaço para o diálogo.
A Sérvia não reconhece a independência da sua antiga província, habitada por uma maioria albanesa, proclamada em 2008.
PSP // SCA
Lusa/Fim
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