"Como esperado, Serguei Lavrov deixou Bali após o primeiro dia da cimeira do G20", informou a RIA Novosti, que adiantou que Siluanov passa a representar a Rússia na ausência do Presidente Vladimir Putin.
"A declaração final [da cimeira] deve ser aprovada amanhã [quarta-feira] depois de uma reunião sobre digitalização. A Rússia estará representada pelo ministro das Finanças [Anton] Siluanov", acrescentou a agência noticiosa estatal.
A mais importante reunião de líderes mundiais desde o início da pandemia está a decorrer sem Putin no cenário tropical de Bali, quase nove meses após o início da ofensiva russa na Ucrânia, que disparou os preços da energia e dos alimentos e viu a ameaça nuclear reaparecer.
Moscovo alegou problemas de agenda e a necessidade de Putin permanecer na Rússia para justificar a ausência.
Apesar de a Ucrânia não integrar o G20, o Presidente Volodymyr Zelensky foi convidado pelo seu homólogo indonésio, Joko Widodo, presidente em exercício do grupo, a discursar por videoconferência.
Esta é a primeira cimeira do G20 desde que começou a guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, e a falta de consenso poderá refletir-se na declaração final conjunta, como aconteceu na cimeira da Ásia Oriental, realizada no domingo, em Phnom Penh.
Lavrov acusou hoje a Ucrânia de exigir condições irrealistas para participar em conversações sobre o fim da guerra entre os dois países.
"Todos os problemas vêm do lado ucraniano, que se recusa categoricamente a negociar e faz exigências manifestamente irrealistas", disse Lavrov aos jornalistas na cimeira do G20.
O chefe da diplomacia russa referiu que transmitiu essa posição ao Presidente francês, Emmanuel Macron, e ao chanceler alemão, Olaf Scholz, em "breves conversas" durante a cimeira das 20 economias mais desenvolvidas e emergentes.
Lavrov reuniu-se hoje em Bali também com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com o homólogo turco, Mevlüt Çavusoglu, com quem discutiu a declaração final do G20, incluindo a secção dedicada ao acordo sobre os cereais.
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